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Política - Nacional

Aldo Rebelo e Chinaglia farão acordo em janeiro, diz Tarso Genro


Luiza Damé - Agência O Globo BRASÍLIA - Horas depois de o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ter decidido ir "até o fim" por sua reeleição, mesmo disputando contra o petista Arlindo Chinaglia (SP), o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que os dois candidatos da base governista vão fechar um acordo em janeiro. - O presidente Lula não vai pedir a nenhum dos deputados que abra mão de suas legítimas candidaturas, mas sabe que ambos têm responsabilidade, e os partidos também, e que vão chegar a um acordo nos próximos 15 ou 20 dias - disse Genro a jornalistas no Palácio do Planalto. Segundo Tarso, nesta questão, o governo vai funcionar apenas como um "aproximador", como um "mediador" do processo, na tentativa de que se cheguem, o quanto antes, a um ponto comum. - O governo não vai coordenar este processo. Nossa preocupação maior neste momento, é acompanhar o debate entre os partidos na Câmara, formatar um acordo dentro da base aliada e chegar ali pelo dia 20 quem sabe com um acordo entre o Aldo e o Arlindo. Isto é muito menos impossível do que vocês pensam - disse, aos jornalistas. Tarso disse ainda que Lula considera os dois nomes respeitáveis e garantiu que o presidente não vai fazer nenhum gesto para que um ou outro desista. Segundo ele, PT e PCdoB não vão insistir em levar a disputa para o voto. - PT e PCdoB não vão cometer o desatino de ter duas candidaturas - disse. Para o ministro, o apoio da oposição à reeleição de Rebelo é previsível e faz parte do jogo democrático, uma vez que o PT é o partido do presidente Lula e o candidato do PCdoB parece mais perturbador ao governo do que Chinaglia, que é líder do governo. Para o ministro, esse movimento da oposição visa a dividir os governistas. - Pode estar ocorrendo um movimento da oposição para tentar estabelecer uma contradição no seio do governo. O que é previsível na democracia. É uma jogada democrática e legítima - disse. - Se a oposição não tem força para apresentar candidato para disputar com o candidato das forças governistas, é natural que se escore no candidato que possa parecer perturbador para o governo, porque o PT é o partido do presidente, mas é um equívoco. Não retiramos um milímetro do prestígio que outorgamos ao deputado Aldo. Tarso disse que Rebelo e Chinaglia são nomes legítimos para presidir a Câmara e sinalizou que o preterido tem chance de virar ministro. Ao ser questionado especificamente sobre o caso de Aldo Rebelo sair da disputa, Tarso disse que tanto ele quanto Chinaglia têm estatura para o cargo de ministro. Tarso afirmou que "não há nenhuma discussão formal ainda sobre a questão relativa aos ministérios". - Não há avaliação de nomes ainda neste momento. Tarso reagiu às críticas do PFL à atuação do presidente nacional do PT, Marco Aurélio Garcia, acusado de promover uma "intervenção indevida" na disputa pela presidência da Câmara. Em carta ao presidente do PMDB, Michel Temer, o petista Garcia propôs um acordo para dar a presidência a Chinaglia em fevereiro e a um pemedebista em 2009. Segundo Tarso, a posição do PFL é equivocada, pois Marco Aurélio, como presidente do PT, tem o direito de opinar. - Essa é a função do presidente de um partido. Talvez o PFL tenha uma visão diferente. Como o PFL ficou viúvo com a aposentadoria do senador Jorge Bornhausen, talvez o Rodrigo Maia esteja assumindo essa liderança. O que é bom para o PFL, mas temos de ver se é bom para o país e para a Câmara - disse Maia havia afirmado que, por não ter cargo eletivo, Garcia "não entende nada de política e não tem sensibilidade para um assunto dessa importância". Durante almoço nesta quinta-feira, Aldo Rebelo recebeu o apoio do PFL e de representantes do PSB, PMDB, PTB e PCdoB. Segundo o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), Aldo traçou um plano para ter apoio da oposição e dos governadores e "impedir que o PT ganhe ainda mais poder". - É natural que a oposição faça um movimento para tentar estabelecer uma contradição no seio do governo, mas não vai conseguir - disse Genro sobre a aliança do PFL com Aldo Rebelo. Para o ministro, a aliança de Rebelo com o PFL não condena ao isolamento a candidatura de Chinaglia, que ainda não recebeu apoios fora da base governista. - O que os grandes partidos da coalizão, PMDB, PP e PL, têm afirmado é que desejam uma candidatura única da base - disse Genro, insistindo em que Rebelo e Chinaglia preenchem os requisitos para receber este apoio.

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