Sexta-feira, 29 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Até Estadão diz que Doria precisa trabalhar mais e viajar menos


Gente de Opinião

Do Diário do Centro do Mundo - O Estadão fez um editorial passivo-agressivo dedicado ao ex-prefeito de São Paulo em exercício João Doria.

Chama-se “A Cidade Precisa de Doria”.

Além de puxar as orelhas da figura, sugerindo que se preocupe mais com o cargo para o qual foi eleito, o jornal afirma que ele sempre foi político e empresário, “ao contrário do que disse em sua campanha”.

JD “não pode deixar de lado as obrigações que assumiu, como ‘gestor’, e há tão pouco tempo.”

A corrida presidencial, para o Estadão, pertence ao Picolé de Chuchu.

Leia, abaixo, o editorial do Estadão, publicado nesse sábado, 12:

A cidade precisa de Doria

A atividade política cada vez mais intensa de João Doria, que busca projetar-se nacionalmente de olho na eleição presidencial do ano que vem, contrasta com a necessidade da capital de ter a presença mais assídua do prefeito para cuidar dos problemas que se avolumam e para a solução dos quais ele foi eleito. Salta aos olhos que as disputas partidárias e as questões nacionais já dividem o tempo e as atenções de Doria com os assuntos diretamente ligados ao difícil dia a dia dos paulistanos.

Apesar de eleito no primeiro turno prefeito da maior cidade do País, contra todas as expectativas, apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin e apresentando-se como um gestor, fugindo do desgastado estereótipo do político tradicional, Doria tem se revelado mais hábil como político do que como administrador. Em pouco tempo, firmou-se, se não propriamente como uma liderança de seu partido, o PSDB – o que demanda tempo e contato paciente com as bases –, ao menos como de suas figuras mais notórias, a ponto de criar incômodos aos chefes tradicionais.

O prefeito paulistano logo passou a frequentar as reuniões da cúpula de seu partido, acaba de receber afagos do presidente Michel Temer, o qual se diz grato por ele favorecer a permanência do PSDB no governo, e faz acenos ao PMDB e ao DEM, para contar com seu apoio numa eventual disputa presidencial ou até mesmo para encontrar abrigo num dos dois se o terreno lhe escapar no PSDB. Essa é uma atividade que obriga Doria a multiplicar suas viagens pelo Brasil.

Quando não está em Brasília, que é referência obrigatória para quem se torna, como ele, figura nacional, pode estar em Salvador, como aconteceu segunda-feira passada, em entendimentos com o prefeito ACM Neto, um dos principais líderes do DEM, quando – isto também faz parte da vida de alguém na posição a que acaba de chegar – foi atingido por ovo atirado por opositor mal educado. Doria já tem muitas outras viagens programadas pelo Brasil nos próximos meses: ao Tocantins, ao Espírito Santo, a Rondônia, à Paraíba, entre outras.

O prefeito tem todo o direito de, como político – que ele sempre foi tanto quanto empresário, ao contrário do que disse em sua campanha –, aproveitar a oportunidade que se abre para ele de voos mais altos. Mas não pode deixar de lado as obrigações que assumiu tão enfaticamente, como “gestor”, e há tão pouco tempo. Tem lá suas razões o presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris, aliado de Alckmin, quando cobra: “O Doria precisa pavimentar as ruas da cidade, porque a pavimentação para a disputa presidencial está sendo consolidada pelo governador”.

Muito mais do que ao governador, Doria tem um dever de lealdade aos paulistanos. Obrigação de honrar o compromisso que assumiu de tentar resolver os problemas da cidade. São prosaicos, não têm o glamour da grande política, mas foi para isso que o prefeito foi eleito. E Doria não deve se esquecer de que é justamente o bom desempenho no cargo de prefeito que lhe possibilita sonhos mais altos.

E o bom desempenho significa fazer funcionar a contento os serviços municipais: semáforos que parem de enguiçar a toda hora e, quando enguicem, sejam logo consertados; tapar buracos com rapidez, impedindo que eles se multipliquem e virem crateras; acelerar a licitação para a assinatura dos novos contratos com as empresas de ônibus, em bases que garantam um serviço de melhor qualidade aos usuários. E daí por diante, na solução de problemas da rede de saúde e de educação que afetam a vida diária do paulistano. E também que encontre – se é que isso é possível – uma maneira de minorar os efeitos da decisão infeliz e demagógica de congelar a tarifa de ônibus, que obriga a Prefeitura a tirar dinheiro de outros setores da administração para cobrir o buraco dos subsídios dos ônibus. Ser gestor é fazer isso.

E só sendo um bom gestor, como Doria prometeu, é que ele pode pensar e cuidar de ter também um destino nacional.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 29 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024

O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Ministro Paulo Pimenta trata sobre parceria entre Rede IFES de Comunicação Pública, Educativa e de Divulgação científica com a EBC e o Governo Federal

Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r

Gente de Opinião Sexta-feira, 29 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)