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Política - Nacional

Base de Temer derrete e aliados já falam em independência


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Por Dayane Santos, Portal Vermelho - Michel Temer forjou a sua trajetória política na fama de ser um "exímio negociador" no balcão de negócios que ele criou na política. Com uma rejeição popular recorde e envolvido numa série de escândalos, Temer não consegue recompor e vê a sua base aliada derreter entre os dedos e a reprovação da reforma trabalhista, que dava como certa, pode ser a primeira derrota.

Pode ser a primeira derrota porque os interesses daqueles que se aliaram ao seu governo para o golpe também querem a reforma trabalhistas tal como está no projeto. A dúvida está em como aprovar sem que isso caracterize apoio ao governo Temer.

Essa foi a estratégia do PSDB ao decidir que permaneceria no governo em prol das reformas. Mas a emenda saiu pior do que o soneto e os tucanos racharam no apoio ao governo, refletindo diretamente na rejeição no texto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), do Senado, levando ainda votos de parlamentares do PMDB, sigla que Temer comanda.

Aliás, o voto contra do peemedebista Hélio José (PMDB-DF) resultou em retaliação do governo contra nomes indicados pelo parlamentar. Aline Rezende foi demitida da superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) do Distrito Federal.

além disso, outros dois indicados pelo congressista já haviam sido exonerados de cargos do governo. O senador rebateu a ação classificando o governo como "corrupto" e acusando Temer de fazer um "balcão de negócios" em uma "retaliação terrível".

"É inadmissível que um governo mergulhado neste emaranhado de corrupção tome este tipo de atitude, de retaliação a quem quer fazer as coisas de forma correta. Não podemos concordar isso", disse o senador.

Voto a voto

De acordo com levantamento feito pelo site Poder360, dos 80 senadores em exercício, 23 são contra o projeto. Pelo menos 29 querem alterações no texto que está em tramitação, o que gera preocupação para Temer que articulou com a sua base para manter o texto tal como foi aprovado pela Câmara dos Deputados, na tentativa de acelerar a tramitação do projeto.

A manobra é estabelecer que nenhuma alteração seja feita ao texto com a promessa de que vai alterar os pontos por meio de vetos ou medidas provisórias. Se houver modificações no conteúdo da reforma, será necessário retorno à Câmara e nova chancela dos deputados.

No apoio a essa proposta estão 30 senadores que defendem a não alteração do projeto. Nesse bolo ainda há outros 21 parlamentares que preferiram não se manifestar sobre o tema. E são estes que tiram o sono de Temer..

Ainda de acordo com a pesquisa do Poder360, 36 os senadores que apoiam a reforma, sendo que 6 deles desejam fazer mudanças no texto antes da votação.

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Aliados se dizem independentes

O discurso de alguns parlamentares da base diante do enfraquecimento do governo é de independência. De acordo com matéria publicada pelo Estadão, pelo menos dez senadores de partidos aliados do governo Temer resolveram se declarar "independentes".

Contrários a agenda das reformas trabalhistas e previdenciária e com as eleições de 2018 batendo a porta, parte desses senadores já foram um grupo expressivo que ocupam a tribuna do plenário para cobrar uma atuação do Congresso. entre eles estão Ana Amélia (PP-RS), Cristovam Buarque (PPS-DF), Armando Monteiro (PTB-PE), Roberto Muniz (PP-BA), Acir Gurgacz (PDT-RO), Telmário Mota (PTB-RR), Lasier Martins (PSD-RS), Álvaro Dias (PV-PR) e Reguffe (sem partido-DF).

"Eu tenho muita tranquilidade de aqui falar em relação à independência e, portanto, ao fato de não ter nenhum vínculo ou dependência do governo", afirmou Ana Amélia (PP-RS).

Ainda de acordo com o Estadão, existem também senadores insatisfeitos com a fidelidade de suas siglas a um governo que está caindo pelas tabelas. É o caso do líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e os tucanos Eduardo Amorim (SE), Ataídes Oliveira (TO) e Ricardo Ferraço (ES).

Para piorar a situação de Temer, as especulações em torno da possível denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra Michel Temer antes da votação, aumentam as chances de dissidência na base.

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