Sexta-feira, 7 de julho de 2017 - 05h08
247 - A base aliada de Michel Temer já não se preocupa mais em esconder a articulação para ter Rodrigo Maia no Planalto. Elas já foram discutidas inclusive na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília.
A denúncia apresentada contra Temer por corrupção passiva e o rápido derretimento do capital político do governo mudaram o comportamento de Maia nos bastidores e levaram a classe política a enxergar no presidente da Câmara, primeiro na linha sucessória, um potencial novo centro de poder do país.
Ao longo da crise aberta com a delação de executivos da JBS, que atingiu Temer diretamente, Maia evitava qualquer discussão sobre a possibilidade de substituir o presidente. Nas últimas semanas, porém, começou a admitir esse cenário a aliados mais próximos..
O presidente da Câmara, no entanto, nega publicamente qualquer ação para fragilizar o governo. "Não estou tratando disso. O momento é grave e meu papel é garantir a continuação do rito da denúncia e a estabilidade do Brasil", disse à Folha.
Ele, porém, passou a frequentar menos os palácios do Planalto e do Jaburu e evitou presidir a Mesa da Câmara durante discussões polêmicas, para não entrar em embate com partidos de oposição que o apoiam.
Com boa relação com o setor financeiro e empresarial, tem se colocado como potencial fiador da agenda de reformas defendida pelo mercado e fragilizada sob Temer.
As informações são de reportagem de Bruno Boghossian e Maria Dias na Folha de S.Paulo.
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