Segunda-feira, 31 de julho de 2017 - 05h25
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Jair Bolsonaro, em entrevista àquele site de extrema direita – que aqui a gente não fala nem o nome – informou ter escolhido um partido para a sua candidatura a Presidente da República, o atual Partido Ecológico Nacional, o PEN, presidido por Adilson Barroso, que já foi do PTB, PFL ,PSC e do PSL, antes de ser presidente do PEN.
Diz Bolsonaro que o partido agora “é seu”.
“O importante é que a legenda é minha. Não vai ter desconfiança em hipótese alguma de alguém trair ali – você sabe bem como funciona a política, não é? Nós temos certeza de que vai ter uma enxurrada de filiados ao partido e vai ser no mínimo um partido [de tamanho] médio no ano que vem, se a gente conseguir continuar nessa nossa caminhada. Tem tudo para ser um baita de um casamento.”
“A legenda é minha” dá bem ideia da concepção de democracia do senhor Bolsonaro. Ele dá as ordens e pronto.
Mas o partido, segundo O Globo, é um defensor da família. Da família Barroso: “cinco dos 14 membros da Executiva Nacional da legenda são parentes diretos do presidente Adilson”. Rute, sua mulher, é Primeira Secretária da legenda e diretora financeira da Fundação Ecológica Nacional (FEN). O filho, Fernando Barroso, é tesoureiro. Seu irmão Rogério Barroso Ferreira, o primeiro vice-presidente e Aguinaldo Barroso, outro irmão, ocupa a secretaria de Relações Internacionais.
Bolsonaro diz que vai mudar o nome do partido – este negócio de ecológico não sei não, né? – e estuda a mudança para Prona, como o partido de Enéas Carneiro. A sigla, hoje, é disputada por um certo Marcelo Vivório, apoiado por Bolsonaro, e Patrícia Lima, que se diz “filha afetiva” de Enéas, e que gravou um vídeo sobre a briga pela sigla.
Também estão na “mira” de Bolsonaro os nomes de “Pátria Amada Brasil” ou “Partido da Defesa Nacional”.
Por causa da sigla PT, não entrou nas cogitações do deputado batizar sua recente aquisição de “Partido do Trabuco”.
O número – ou calibre – também poderia ser o 45, se não estivesse ocupado pelos tucanos. O atual é 51, o que talvez não desça bem pela goela de Bolsonaro.
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