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Política - Nacional

Brasil renegocia com a Venezuela venda de etanol


Agência O Globo ILHA MARGARITA (VENEZUELA) - O assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que o governo brasileiro está renegociando a venda do etanol para a Venezuela. Garcia participa da 1ª Cúpula Energética Sul-Americana. "Nós vendemos etanol e vamos continuar vendendo etanol para a Venezuela para que incorpore cerca de 10% do etanol. As críticas sobre a produção do etanol estão atenuadas em certa medida. O acordo já está sendo refeito e agora é simplesmente uma questão de preço. Este tom de debate que apareceu em determinado momento está mais calmo, a discussão está mais racional e menos emocional." De acordo com o assessor da Presidência, "existe uma falsa oposição entre biocombustíveis e combustíveis fósseis". O governo brasileiro defende que não há incompatibilidade. "Se juntarmos biocombustível, gás, petróleo, recursos hídricos e outros recursos energéticos vamos nos dar conta de que a América do Sul será a maior potência do mundo", defendeu Garcia. Ele argumentou que a produção de biocombustíveis não ameaça a produção de alimentos. "Ninguém deixa de comer por falta de alimento e, sim, por falta de renda", observou. Segundo Garcia, a estimativa é de que a produção de alimentos hoje permitiria nutrir 12 bilhões de pessoas, o dobro da população mundial. Ele admitiu, entretanto, que determinadas formas de produção do biocombustível podem reduzir a produção e elevar o preço de alimentos. "Mas a cana é mais produtiva que o milho", afirmou o assessor da Presidência, ressaltando a opção brasileira por produzir etanol a partir da cana. Nos Estados Unidos, o milho vem sendo mais utilizado. De acordo com Garcia, o documento final da Cúpula Energética Sul-Americana fará menção à questão dos alimentos para todos os combustíveis e, não só para o etanol e outros biocombustíveis. Durante entrevista coletiva, o assessor da Presidência disse ainda não que há e não haverá uma invasão da Amazônia para produzir biocombustível. "O Brasil vai produzir cana com respeito ambiental e respeito ao trabalhador, de acordo com as regras da Organização Internacional do Trabalho. Não queremos obrigar ninguém a produzir biocombustível. Cada país saberá a forma como quer utilizar os biocombustíveis. O Brasil tem a tecnologia e pode contribuir", notou.

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