Segunda-feira, 16 de maio de 2022 - 19h06
Um ano após enfrentar a maior
cheia do Rio Negro dos últimos 119 anos, Manaus se prepara para um desafio do
mesmo porte. Em 2022, a previsão da Defesa Civil e dos boletins emitidos pelo
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) no estado é de chuvas intensas até o final
do mês de maio e probabilidade de 80% que o Rio Negro atinja a cota de 29,8
metros, podendo chegar a 30,1m.
A metragem é considerada pelo
CPRM como severa, semelhante à do ano passado, que alcançou 30,01 metros em
junho de 2021, e motivou, desde o mês de janeiro de 2022, esforços da Defesa
Civil de Manaus e de outros 18 órgãos municipais para prestar assistência a
mais de 4 mil famílias diretamente afetadas pelo fenômeno natural. A prefeitura
estima que este seja o total de afetados pelos alagamentos naturais deste ano
e, por isso, se antecipou com ações de contingência que vão abranger 19
bairros, além de 12 comunidades rurais à beira do Rio Negro e 14 às margens do
Rio Amazonas. Além da construção de pontes de acesso, a população atingida será
atendida com cestas básicas e auxílio aluguel.
A área onde as
obras de infraestrutura tiveram início foi o bairro São Jorge, na zona Oeste de
Manaus, que receberá um total de 1,4 mil metros de pontes. A previsão é de que
até 11 mil metros sejam construídos em toda a cidade, inclusive no Centro
Histórico, que será contemplado com 900m de plataformas. Segundo o secretário
executivo da Defesa Civil de Manaus, coronel Fernando Júnior, responsável pela
operação de 2022, estão previstos R$ 5,4 milhões para as ações executadas pela pasta.
Onze bairros já apresentam pontos de alagação,
visto que o Rio Negro atingiu a cota de 29,19m na última sexta-feira (13/05),
de acordo com a Defesa Civil. Destes 11, nove já iniciaram a construção
temporária de pontes para garantir a circulação das famílias afetadas. São
eles: Jardim Mauá, Mauazinho, Colônia Antônio Aleixo, Puraquequara, Tarumã,
Educandos, São Jorge, Santa Luzia, Presidente Vargas e Centro de Manaus.
“Espera-se que o Rio Negro atinja 29,4m, uma cota
muito parecida com a do ano passado, que foi de 30m. Apesar de ser diferente em
números, a severidade é a mesma. Portanto, o plano de contingência criado para
Manaus é muito parecido com o do ano passado, quando tivemos uma cheia
recorde”, declara o secretário.
Ao comparar a cheia de 2021 com a cheia esperada
em 2022, o coronel Fernando Júnior conta que o último ano deixou um grande
legado para o trabalho da Defesa Civil de Manaus. “Como já conhecemos e lidamos
com um fenômeno recorde, nós vamos tratar 2022 como se fosse 2021, o que vai
evitar surpresas para nós e para a população. Estamos nos antecipando ao
fenômeno e dando assistência às comunidades antes que a água chegue às casas
das famílias”, ressalta.
Assistência Social -- Desde janeiro, a Prefeitura de Manaus acompanha o monitoramento
dos rios Negro e Amazonas feito por órgãos federais como o CPRM. A partir dos
boletins consolidados, é feito o cadastramento de casas e famílias afetadas
pela enchente. As 4 mil famílias atingidas pela cheia receberão assistência
social -- cestas básicas, kit higiene e auxílio aluguel de R$ 600 por dois meses.
Saiba Mais -- As cheias que ocorrem na orla de Manaus e entorno são devidas, em
sua maior parte, às contribuições do Rio Solimões e seus afluentes da margem
direita e, em menor grau, aos tributários da margem esquerda, causando
influência sobre o Rio Negro e afetando a cidade de Manaus.
De acordo com os boletins divulgados pelo CPRM no
mês de abril, o Rio Negro apresentou processo intenso de enchente em todos os
pontos monitorados, com níveis acima dos esperados para o período do ano.
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