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Política - Nacional

Caixa-preta revela que controladores tentaram sete vezes entrar em contato com o Legacy


Regina Alvarez, Bernardo de la Peña, Anselmo Carva - Agência O Globo RIO - A equipe que investiga as causas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol já fez o cruzamento de dados do Centro de Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta 1) com as informações da caixa-preta do Legacy e comprovou que os controladores de vôo fizeram sete tentativas de contato, pelo rádio, com o Legacy. As tentativas de contato foram registradas pelo jato fabricado pela Embraer e, segundo dados da caixa-preta do Legacy, os pilotos sequer acionaram os comandos internos que permitiriam a resposta. As investigações indicam que o Cindacta 1 ficou quase uma hora sem comunicação com o Legacy, pilotado pelos americanos Joseph Lepore e Jan Paladino. Os controladores de vôo mantiveram comunicação normal com o jato no trajeto entre São José dos Campos (onde a aeronave decolou às 14h50m de sexta-feira) e Brasília. O jato sobrevoou a capital por volta das 16h e, cerca de dez minutos depois, os controladores observaram que o transponder - equipamento que registra a posição exata da aeronave no radar e aciona o sistema anticolisão - estava inoperante. O equipamento só voltou a funcionar após o choque com o Boeing da Gol, por volta das 17h. O piloto do Legacy emitiu um sinal de alerta internacional e entrou em contato com o Cindacta 4 (Manaus) pedindo instruções para pouso de emergência, o que aconteceu às 17h20m, na Base Aérea de Cachimbo. As autoridades já têm convicção de que o piloto do Legacy desligou o transponder e permaneceu voando a 37 mil pés, descumprindo o plano de vôo e provocando o acidente. A FAB só deverá se manifestar, no entanto, depois de analisar as caixas-pretas do Boeing da Gol. Os investigadores não encontraram qualquer indício de falha no equipamento do jato. Segundo os investigadores da Aeronáutica, o jato Legacy tem dois equipamentos de transponder. Em caso de pane no primeiro, o reserva é acionado automaticamente, mas para isso tem que estar ligado. Ao que tudo indica, o reserva também não funcionou, o que reforça a possibilidade de que o piloto tenha desligado o equipamento. Ontem (5), o delegado federal Renato Sayão, designado pela PF para cuidar do caso, reuniu-se com as autoridades de segurança estaduais para tratar da queda do Boeing. Os controladores de vôo que trabalham no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo em Brasília (Cindacta1) devem começar a ser ouvidos nesta segunda-feira. Advogado nega que transponder estivesse desligado Em entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro, o diretor de controle de espaço aéreo da Aeronáutica, Paulo Roberto Vilarinho, não explicou por que o piloto do avião da Gol não foi avisado de que havia outra aeronava na mesma área, sem responder aos chamados das torres de controle. - Não quero nem posso fazer especulação porque não sei o que aconteceu. Não tenho os dados, porque eles foram coletados e estão lacrados juntos com a comissão. Não posso nem perguntar a eles porque não posso influenciar - explicou o brigadeiro Vilarinho. O comandante do Legacy, Joseph Lepore, e o co-piloto, Jan Paladino, conversaram nesta quinta-feira com o advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, contratado para defender os dois pela empresa proprietária do jato. O advogado disse que os americanos já voavam com o mesmo tipo de avião nos EUA e negou que eles estivessem fazendo testes durante o vôo. - É de se admitir que eles fossem fazer estripolias no ar, em uma viagem como esta? Primeiro que não é do temperamento deles, porque são muito sérios e competentes. De forma nenhuma iriam fazer qualquer tipo de exibicionismo - afirmou Dias. José Carlos conta que o transponder não estava desligado, segundo os pilotos. Ele não quis afirmar qual era atitude do Legacy no momento do impacto com o boeing. - A questão da altitude é controversa. Eles disseram que estava na atitude correta do plano de vôo. Mas asseguro que eles não desligaram o aparelho - acrescentou Dias. Os pilotos americanos estão hospedados no Rio de Janeiro no local mantido sob sigilo e com a proteção do consulado dos EUA. Eles já prestaram quatro depoimentos e continuam à disposição da comissão da aeronáutica que investiga o acidente.

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