Quinta-feira, 10 de agosto de 2017 - 05h13
247 - O ex-ministro e pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes fez uma dura crítica ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira 9, durante entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
A crítica foi feita quando Ciro comentava o impeachment de Dilma Rousseff, para ele um golpe parlamentar, e tentava explicar por que o Supremo chancelou a decisão do afastamento da presidente eleita.
"O impeachment é um processo jurídico político. O julgamento é político, mas a base de fato tem que ser jurídica", lembrou Ciro. Ele criticou o governo Dilma e reconheceu que ela praticou pedaladas fiscais, mas que isso não configurava crime de responsabilidade e não justificava sua queda.
"Juridicamente, há que se ter cometido um crime de responsabilidade dolosamente, ou seja, conscientemente e porque quis fazer. No caso da pedalada fiscal, não passa na cabeça de ninguém que seja crime de responsabilidade, porque não é. É errado? É errado. Mas não houve o elemento dolo", explicou.
Questionado por Carioca, um dos entrevistados, por que então o STF chancelou a decisão, Ciro lembrou da noite de 2 de abril de 1964, quando se deu o golpe militar no Brasil, e sobre o qual o Supremo também se calou.
"O presidente do Senado na época disse que João Goulart estava fora do País. Mentira. O presidente da Câmara então tomou posse, convocou eleições indiretas, que elegeu o marechal Humberto de Alencar Castello Branco presidente da República", contou Ciro.
"Você acha que isso foi tudo legal? Não foi um golpe? Isso é a noite de 64. Supremo Tribunal Federal demandado, até hoje calado. E o Ruy Barbosa dizia, e contemporaneamente repito, é o poder que mais tem faltado à República", concluiu.
Assista ao trecho da entrevista no vídeo acima.
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