Terça-feira, 15 de agosto de 2017 - 05h10
Ivan Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil
A redução de recursos devido ao contingeciamento orçamentário está levando as Forças Armadas a uma “situação crítica”, disse ontem (14) o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. De acordo com o general, a falta de verbas está comprometendo ações de segurança nas fronteiras e o desenvolvimento de ações sociais por parte dos militares.
“[A segurança das fronteiras] fica comprometida, bem comprometida. As operações de fronteira já estão sendo reduzidas. Porque na medida que falta combustível e outros insumos necessários, se torna impossível prosseguir no mesmo ritmo que estava antes”, disse Villas Bôas, após a cerimônia de apresentação dos oficiais-generais promovidos, no Palácio do Planalto.
Segundo o general, as restrições orçamentárias já estão prejudicando as “capacidades essenciais” das tropas. “Também a nossa capacidade de desenvolver ações sociais, por exemplo, a entrega de água no Nordeste. São 4 milhões de pessoas [atendidas]. Nos preocupa muito que a nossa capacidade de atender essas demandas seja comprometida”.
O general descartou o fechamento de unidades militares, mas afirmou que poderá haver redução de expediente em algumas bases. “Unidades não serão fechadas, pelo menos por enquanto. É muito perigoso criarmos vazios. Mas pode haver redução de expediente, o que é extremamente desconfortável. Vamos tentar evitar isso”, disse Villas Bôas.
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O governo anunciou no fim de julho um novo bloqueio orçamentário de R$ 5,9 bi, que afetou diversas áreas. O corte foi necessário para repor a queda na expectativa total de arrecadação e o equilíbrio das contas para que o governo possa cumprir a meta fiscal prevista para 2017.
Elogios
Em discurso na cerimônia de promoção de militares, Temer fez elogios às Forças Armadas. “Sabemos sempre poder contar com as Forças Armadas, em primeiro lugar, para aquela que é sua principal atribuição: a proteção de nosso vasto território, de nosso imenso litoral, de nossas imensas riquezas”, disse Temer.
“Muitas vezes, tenho tido o privilégio de acompanhar nossos militares em operações em fronteiras remotas do país. Nessas ocasiões, além de constatar o trabalho essencial de defesa da nossa soberania, verifico o papel que nossas Forças Armadas desempenham na área social”, acrescentou.
Ao discursar sobre a atuação das Forças Armadas no apoio às ações de segurança pública nas cidades, com acontece atualmente no Rio de Janeiro, Temer disse que a garantia da lei e da ordem “está na moda”.
“Tenho certeza de que os senhores [generais promovidos] seguirão exercendo, com competência, sob a égide do Ministério da Defesa, as funções que lhes atribui a Carta Magna: a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa destes - aliás, está muito na moda -, a garantia da lei e da ordem”.
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