CRIME DA MOTOSERRA: Julgamento de Hildebrando Pascoal pode ser adiado

 
PABLO SOLANO
da Agência Folha

O julgamento do "crime da motosserra", marcado para a próxima segunda-feira, poderá ser adiado pela Justiça do Acre. O principal acusado, o deputado federal cassado Hildebrando Pascoal, está sem advogado e o defensor público nomeado para o caso solicitou dispensa.

A Justiça do Acre, de acordo com sua assessoria de imprensa, aguarda manifestação do Ministério Público do Estado para se pronunciar hoje sobre a solução do problema.

É possível que um advogado dativo seja nomeado, o que abriria brecha para a remarcação do julgamento, já que o profissional pode solicitar mais tempo para tomar conhecimento dos autos do processo.

Valdir Perazzo, o defensor que solicitou dispensa, disse que possui tarefas que o impossibilitam de assumir a defesa de Hildebrando. Oscar Luchesi, que desde 1999 realizava a defesa do acusado, disse que foi afastado do caso pelo réu.

Hildebrando é o principal acusado pela morte de Agílson Santos Firmino, o Baiano, ocorrida em 1996. De acordo com o Ministério Público do Estado, o deputado cassado matou a vítima a tiros após uma sessão de tortura em que Baiano teve os olhos perfurados e as pernas, braços e pênis cortados por uma motosserra.

A Promotoria sustenta que Baiano morreu por não informar Hildebrando sobre o paradeiro do assassino do subtenente da PM do Acre Itamar Pascoal, irmão do deputado cassado.

Hildebrando perdeu o mandato em 1999 após ser apontado pela CPI do Narcotráfico como um dos líderes do crime organizado no Acre. Ele já acumula condenações por tráfico internacional de drogas, sonegação fiscal, dois homicídios e compra de votos. Todas somam 74 anos de prisão.

Contatada pela reportagem para se pronunciar sobre o pedido de Perazzo para não atuar no julgamento do "crime da motosserra", a Defensoria Pública do Acre não se manifestou.