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Política - Nacional

Deputados que não se reelegeram fecham centros sociais


Marcelo Dias e Marcus Alencar - Agência O Globo RIO - Pelo menos nove parlamentares que não conseguiram se reeleger fecharam seus centros sociais logo após Tribunal Superior Eleitoral anunciar o resultado das urnas. Casos como o do deputado federal Reinaldo Gripp (PL) - acusado de ter trocado cirurgias por votos - não são isolados. Só o deputado estadual Iranildo Campos (PAN) atendia a mais de 16 mil pessoas na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio. Ex-vice-prefeito e ex-secretário de Saúde de São João de Meriti, ele anunciou o fim de seus seis centros, acabando com serviços como cardiologia, ginecologia e hidroginástica. - Vou fechar tudo, porque bancava com o que ganhava como deputado. Eu fiz um trabalho social bacana, mas o povo escolheu assim. Da próxima vez, eu vou fazer campanha dando festas. Na lista, além de Gripp e Iranildo, estão Alice Tamborindeguy (PSDB), Ely Patrício (PSDC), Antônio Pedregal (PSC), Geraldo Moreira (PMN), Eliana Ribeiro, Renato de Jesus e Samuel Malafaia, todos do PMDB. Juntos, eles conseguiram 233.488 votos. - Quem não for bom, terá que se ver com Deus - lamenta a dona-de-casa Nice Maria, de 52 anos, dando o tom da mágoa de quem encontrou as portas fechadas ao tentar se inscrever no curso de pintura em tecido da Casa da Mulher, de Alice Tamborindeguy, em São Gonçalo. Atendimento suspenso Da bancada evangélica, Samuel Malafaia mandou encerrar o trabalho de recuperação para dependentes químicos, que mantinha no município de Santo Antônio de Pádua, na Região Noroeste do estado. O motivo? - Ele não se reelegeu - responde, sem rodeios, um assessor. Pastor, Ely Patrício também abandonou o rebanho e acabou com o seu projeto social na Favela do Jacarezinho. Outros interromperam as atividades e prometem retomá-las. Mas sem fixar prazo. Nessa categoria, encaixam-se Geraldo Moreira, Eliana Ribeiro e também Renato de Jesus. Assistencialismo eleitoral Ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral, o desembargador Marcus Faver condena o uso da miséria como forma de promoção política. Enfático, Faver vê ainda mau uso de verbas públicas nestes centros assistencialistas. - Isso tudo é uma distorção, comprovando que estes centros só são usados como veículos de propaganda indevida para captação de votos. Para mim, são uma afronta à legislação eleitoral - critica o desembargador, que integra o Conselho Nacional de Justiça. Para Marcus Faver, o Estado também tem parcela significativa de culpa neste "toma lá, dá cá", e a Justiça fica de mãos atadas ao tentar impedir esta prática: - Esse desvirtuamento atinge os recursos públicos porque muitas dessas associações vivem de subvenções oficiais. Além disso, o poder público se omite ao não fazer a sua parte. E, se a Justiça manda fechar um centro destes, a população fica contra a gente porque depende daquilo. É preciso reforçar a lei eleitoral.

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