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Política - Nacional

Disputa pela presidência da Câmara mobiliza final de ano


Iolando Lourenço
 Agência Brasil

Brasília - Há um mês da posse dos novos congressistas e das eleições dos dirigentes das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, que ocorrerão no dia 1º de fevereiro de 2007, os postulantes às presidências da Câmara e do Senado estão em plena campanha eleitoral. A posse dos novos congressitas (deputados e senadores) acontecerá em sessõess do Senado e da Câmara marcadas para às 10 horas do dia 1º de fevereiro. As eleições dos dirigentes das Mesas Diretoras das duas casas legislativas serão realizadas no mesmo dia, logo depois da posse dos novos eleitos.

Oficialmente já foram lançados para disputar a presidencia da Câmara, o atual presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PcdoB-SP), e o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Outros nomes poderão surgir neste mês de janeiro e atrapalhar as pretensões de Aldo e de Chinaglia. No Senado, disputam a presidência o atual presidente, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do PFL, senador José Agripino (RN).

Pela tradição da Camara, caberia ao PMDB, que elegeu a maior bancada federal em primeiro de outubro, a presidência da Casa. Mas o partido ainda não definiu se terá ou não candidato. Dois peedebistas: deputados Eunicio Oliveira (CE) e Geddel Vieira Lima (BA) acenaram com a possibilidade de disputarem a presidência. O presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP), disse que no inicio de janeiro o PMDB vai tomar uma posição em relação à disputa.

Na última quinta-feira (29), o deputado Aldo Rebelo reuniu-se em Brasília com líderes da oposição em busca de apoio para sua candidatura. Ao deixar o encontro, o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), informou que os partidos de oposição devem apoiar a candidatura de Aldo para impedir que o PT recupere o “fôlego perdido”. “O PFL, como partido de oposição, não pode entregar todo o poder ao PT que não tem por hábito conviver com os aliados”, afirmou Aleluia.

O vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), defende uma candidatura única para a presidência da Câmara para evitar problemas como os ocorridos há dois anos. Naquele ano, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) ganhou a presidência da Casa, ao derrotar em segundo turno o petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), candidato da base governista. Além de Greenhalgh disputou o cargo o também petista Virgilio Guimarães (MG).

Segundo Albuquerque, o PSB mantém o apoio a Aldo Rebelo e trabalha por candidatura única da base aliada. “Vamos continuar trabalhando por uma candidatura única. A melhor tática é testar qual o candidato que possa ser aclamado”, disse Albuquerque. “Temos que aproveitar o momento da coalização para não criar problemas para nós mesmos. O problema é acirrar a disputa e surgir um terceiro candidato e ganhar a presidência”, alertou o vice-líder governista.

A candidatura do líder Arlindo Chianglia foi lançada pela bancada petista no inicio de dezembro. Na ocasião, o líder petista, Henrique Fontana (RS), disse que o lançamento tinha como objetivo iniciar as negociações com outros partidos da base e da oposição para viabilizar o nome de Chinaglia como candidato único ao cargo. “Decidimos por aclamação oferecer o nome do líder Arlindo Chinaglia para trabalhar a construção de uma candidatura de unidade, que possa dar estabilidade e direção à Câmara dos Deputados”, disse Henrique Fontana. "Temos enorme respeito pelos nomes que estão sendo lançados, mas vamos trabalhar e mostrar as qualidades de Chinaglia para presidir a Câmara".

Há cerca de dez dias, o presidente nacional do PT, Marco Aurélio Garcia, encaminhou carta ao presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), pedindo apoio do partido à candidatura de Chinaglia e propondo um revezamento de apoio, no qual o PMDB apoiaria a candidatura petista em 2007 e, em 2009, o PT apoiaria uma candidatura do PMDB à presidência da Câmara. Os peemedebistas deverão se reunir no início de janeiro para tomar uma posição.

No Senado, a disputa pela presidência da Casa deverá ficar com o PMDB, que deverá lançar o senador Renan Calheiros (AL) à reeleição, e o PFL que já lançou o senador José Agripino (RN) para disputar a presidência da Casa. Agripino disse que não vai desistir da disputa e que vai até o final para ganhar a presidência do Senado. “É evidente que não vou desistir. Sou candidato. Não retirarei minha candidatura. Vou ganhar a eleição”, disse.

Calheiros conta com o apoio do PT para se reeleger. A líder do partido, senadora Ideli Salvati (SC), disse que o PT "respeita a regra da maior bancada indicar o presidente. O Renan conduziu de forma bastante adequada a Casa nesses dois anos e o PT está fechado com ele”.

 

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