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Política - Nacional

Ex-secretária entrega esquema de Adriana Ancelmo e Cabral


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247 - Michele Thomaz Pinto, que durante dez anos trabalhou como secretária de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, decidiu abrir o jogo sobre a corrupção que testemunhou no período em que foi funcionária da ex-primeira-dama em seu escritório de advocacia. 

Michele era responsável por praticamente todos os pagamentos de Adriana e agora está sendo acusada pela ex-chefe de ter roubado dinheiro para pagamentos desconhecidos; "Estão tentando atacar a minha imagem para desmentir o que fizeram de errado", diz ela.

As informações são de reportagem de Chico Otávio e Daniel Biasetto no Globo.

"Antes de sair pela última vez do escritório de Adriana Ancelmo, demitida após dez anos de trabalho, a secretária Michele Thomaz Pinto tomou o cuidado de guardar na bolsa um caderninho, onde anotava tudo o que fazia, e um pendrive carregado de dados. Enquanto se despedia da ex-chefe e do advogado Thiago Aragão, sócio do escritório, deixou a bolsa sobre a mesa. Em seguida, recolheu-a e saiu. Já na portaria do prédio, o Edifício Bozano Simonsen, na Avenida Rio Branco 138, no Centro do Rio, abriu a bolsa outra vez e descobriu que o caderninho e o pendrive haviam desaparecido.

Da década vivida na mesa em frente à sala da mulher do ex-governador Sérgio Cabral, restaram basicamente a memória e alguma informação salva no WhatsApp. Até o celular, um iPhone, teve a memória apagada por alguém, remotamente, horas após a demissão. Na semana passada, ao ser acusada de roubo e fraude por Adriana Ancelmo, Michele teve de recorrer à memória para defender-se. Testemunha-chave de entregas regulares de propina ao escritório, em remessas que iam de R$ 200 mil a R$ 300 mil semanais, a ex-secretária garantiu que o seu papel era receber o entregador, Luiz Carlos Bezerra, contar o dinheiro e pagar as despesas de Adriana. O volume era tão grande que a chefe, segundo Michele, perdia a noção do que pagava.

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Adriana disse que demitiu Michele, em novembro de 2015, depois de saber, pela gerente de sua conta bancária, que a secretária usava os seus cheques para fazer pagamentos desconhecidos. Também a acusou de não recolher o INSS dos funcionários do escritório por um ano e de carregar indevidamente talonários seus, assinados, e quatro cartões de crédito desbloqueados. Michele não nega. Andava de fato com os talonários e com dois cartões de crédito — e não quatro — na bolsa, mas tudo por ordem da chefe, que a obrigava periodicamente a pagar as suas despesas pessoais na agência do Itaú na Rua Olegário Maciel, na Barra, onde a ex-primeira-dama tinha uma conta.

(...)

Nos sete primeiros anos, conta ela, a rotina era normal. Do início como assistente administrativa, Michele saltou para o cargo de secretária executiva e logo virou uma funcionária de confiança, a quem Adriana delegou a gestão financeira do escritório e o pagamento das despesas pessoais. Apesar do azedume da chefe, dava para levar. O clima, porém, ficou mais pesado a partir de 2013, quando começaram as visitas regulares de Luiz Carlos Bezerra, um dos operadores de Cabral, sempre com a mochila.

As aparições de Bezerra (que está preso), suspeita a ex-secretária, coincidem com o momento em que Cabral deixa de usar sozinho o dinheiro de propina e passa a recorrer à mulher, para ela pagar parte dos gastos. O dinheiro entregue pelo operador, disse Michele, servia para pagar os 17 funcionários pessoais do casal (das residências do Leblon e de Mangaratiba), os oito funcionários do escritório, a bonificação dos advogados e contas de Adriana, como taxas de condomínio, incluindo dois apartamentos na Rua Prudente de Morais, em Ipanema, mensalidade da escola dos dois filhos e boletos diversos, como os da Sky e da NET."

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