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Política - Nacional

Fernando Collor é eleito senador por Alagoas


Allan Caldas - Agência O Globo RIO - Eleito senador por Alagoas, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB) volta a ter um cargo público 14 anos depois do processo de impeachment que o tirou do Palácio do Planalto, seis após o fim da sua pena de inelegibilidade e apenas três semanas depois de ter lançado oficialmente a candidatura. Derrotado por Ronaldo Lessa na campanha para o governo de Alagoas em 2002, Collor deu o troco dessa vez, na corrida por uma vaga ao Senado, vencendo com 44,03% dos votos válidos, contra 40,09% do pedetista. Collor avançou nas pesquisas na reta final e ultrapassou Lessa a poucos dias da eleição. O ex-presidente ficará com a vaga da senadora Heloísa Helena, candidata derrotada à presidência pelo PSOL. Por ironia, Collor, de 57 anos, retorna à política eleito justamente para o Senado, a Casa responsável pela cassação dos seus direitos políticos, em 1992. Ao votar, pela manhã, em Maceió, Collor disse ter certeza de que será bem recebido em sua volta à Brasília. Enquanto dava entrevistas, seu filho Fernando James era preso pela Polícia Federal por suspeita de estar fazendo boca-de-urna ilegal. A eleição do ex-presidente Collor é vista com apreensão pelo cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social. - É um fator de instabilidade política, porque a gente não sabe em que medida ele vai usar esse mandato para tentar um acerto de contas com aqueles que o tiraram do poder. Ele pode tornar-se uma liderança de um setor da direita populista - analisa o cientista político. Monteiro prevê Collor candidato a presidente Olhando para o futuro, o cientista político consegue imaginar Fernando Collor de Mello novamente candidato à presidência da República, em 2010: - Não acho que essa possibilidade esteja descartanda, eleição é muito dependente da conjuntura e não sabemos como ela estará daqui a quatro anos. Caso o presidente Lula seja reeleito, o PT não tem um nome de peso para sua sucessão. Aécio Neves e José Serra aparecem como opções de centro-esquerda e o Collor seria a opção desse setor da direita populista - acredita ele. A trajetória política de Collor começou aos 30 anos. Depois de ter sido prefeito biônico de Maceió, entre 1979 e 1982, foi eleito deputado federal, em 1982, e governador de Alagoas, em 1987. Nesse período, ficou conhecido nacionalmente como o 'caçador de marajás', pelo combate aos altos salários dos funcionários públicos alagoanos. Jovem e com uma imagem de político sério bem construída na mídia, Collor foi a grande surpresa das eleições de 1989. Mesmo num partido pequeno, o PRN, liderou a campanha presidencial desde o início e derrotou Lula no segundo turno, com 35 milhões de votos. Tornou-se o primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto direto em 30 anos. Num segundo turno acirrado, Collor não hesitou em lançar mão de golpes baixos na campanha. O principal deles foi ter levado a seu programa eleitoral na TV a primeira mulher de Lula, Miriam, que acusou o petista de ser racista e de ter pedido, no início do casamento, que ela abortasse a filha de ambos, Lurian. No último debate, Collor também acusou Lula de ter comprado uma sofisticada aparelhagem de som nas Casas Bahia, tentando desmistificar a imagem proletária do adversário. O mandato do mais jovem presidente do Brasil, então com 40 anos, começou com uma decisão polêmica: o confisco, por 18 meses, das contas de poupança de todos os brasileiros. E terminou de forma vergonhosa. Acusado de corrupção por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, Collor foi afastado da presidência em 29 de setembro de 1992 para ser julgado. Três meses depois, renunciou ao mandato para não sofrer impeachment. Collor foi acusado pela CPI de ter recebido US$ 6,5 milhões do esquema montado por seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias. As investigações da CPI desvendaram também a Operação Uruguai, um suposto empréstimo de US$ 5 milhões obtidos no país vizinho durante a campanha presidêncial de 1989. Com sua renúncia, Collor esperava evitar a perda dos direitos políticos. Mas o Senado - a Casa da qual será membro a partir de 1º de janeiro - levou adiante seu julgamento e o condenou a oito anos de inelegibilidade. Em 1994, o ex-presidente foi absolvido das acusações de corrupção pelo Superior Tribunal de Justiça, mas continuou inelegível até 2000. Nesse período, tentou diversas vezes anular a pena. Sonhou candidatar-se à presidência, em 1998, e à prefeitura de São Paulo, em 2000, mas o Tribunal Superior Eleitoral impediu as duas candidaturas. V

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