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Fernando Lattman-Weltman: Novo mandato de Lula começa nesta segunda-feira


Lilian Sapuchay - Agência O Globo RIO - Fim do segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva é novamente o presidente do Brasil. O que espera o petista reconduzido ao cargo, depois de uma campanha tão dura? Para o cientista político Fernando Lattman-Weltman, cientista político da Fundação Getulio Vargas, o quadro só pode ser avaliado se levarmos em conta também outros resultados da votação deste domingo. Os governadores têm um poder de barganha muito grande sobre as bancadas do Congresso. Lattman-Weltman não vê grandes mudanças na relação do PMDB com o governo. - A tendência do PMDB, como sempre, é a de uma parte se alinhar com o governo, uma parte com a oposição e uma outra parte nem lá nem cá. Ele não tem conseguido uma liderança que se apresente como candidato à presidência da República, mas é um partido que sabe usar muito bem os seus recursos, sabe valorizar muito o poder que tem, na relação com o presidente. Ele lembra também que o Congresso que vai tomar posse em 1º de janeiro pode não ser exatamente este que saiu das urnas em 1º de outubro, graças ao que chamou de "peso gravitacional" do presidente eleito. - Uma vez eleito um presidente, os partidos desta base passam a ter um poder, uma gravidade forte para atrair alguns deputados de outros partidos. Vai haver migração, com certeza, para vários partidos da situação. Para o pesquisador, os gestos do presidente e de sua base em direção à oposição também serão determinantes. A existência, ou não, de entendimento, ajudará a traçar os rumos do mandato que, praticamente, começa nesta segunda-feira. - A grande questão na verdade é como vão se comportar os atores de cada lado, tanto os moderados quanto mais radicais. O jogo ficou muito radicalizado, muito polarizado. Vamos ver se os moderados de cada lado vão conseguir funcionar como bombeiros, e tentar apaziguar os ânimos ou se os radicais é que vão ter a iniciativa. O cientista afirma que, se no primeiro mandato Lula acusou FH de deixar uma "herança maldita", neste segundo mandato Lula é herdeiro de si próprio e de seus aliados, com o peso dos escândalos e a radicalização e o grau de inimizade que se construiu. A saída seriam novos ares com o Congresso e a opinião pública. - O governo Lula cometeu alguns erros mais importantes que os erros éticos, que foram terríveis, mas foram localizados. O governo tem que construir uma nova relação com o Congresso nacional, uma agenda comum, e tem que ter uma relação com a mídia. O presidente aprendeu que faz bem para ele ir a debates, dar entrevistas coletivas, etc. Além disso, três grandes reformas figuram como prioridades na pauta do governo eleito: a política, a tributária e a da Previdência. - Todas são muito difíceis, mas são factíveis. O problema da reforma política é que os dois lados falam dela, mas cada um puxa para um lado. Se de fato houver uma pressão da opinião pública, isso pode gerar um efeito importante, que pelo menos leve o presidente a tentar encaminhar a discussão. E então o Congresso é que resolve. As outras reformas estão sempre na mesa, e nunca foram completadas. Se Lula conseguir apaziguar os ânimos, chamar a oposição para um debate de alto nível, estabelecer uma boa relação com o Congresso, ouvir a sociedade civil, e principalmente articular uma boa relação com os governadores - porque se tentar fazer a reforma tributária sem os governadores, não vai fazer - há uma grande agenda.

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