Sábado, 10 de janeiro de 2009 - 16h27
O Fórum Social Mundial acontece entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro de 2009, em Belém
O Fórum Social Mundial 2009 está sendo realizado na Amazônia em reconhecimento do papel estratégico desta região do planeta para o futuro da Terra e da própria humanidade.
A Amazônia é o habitat de populações milenares, que possuem a sabedoria de conviver com a floresta, rios e lagos e que sabem extrair destes lugares alimentos, medicamentos, abrigos, instrumentos. Os povos amazônicos souberam constituir um conhecimento da flora e da fauna que lhes permite preservá-la como fonte incessante de vida. Tais populações conhecem a ciclo das estações, o comportamento dos animais, a dinâmica das matas, a interdependência de tudo o que é vivo e sabem respeitar essas relações, transformando a natureza num lugar sagrado e permanentemente fecundo.
Há indícios de presença humana nesta região que remontam há mais de 14 mil anos, presença que soube se integrarao movimento da vida, fazer parte dela, respeitá-la e preservá-la. Nas trajetórias coletivas das comunidades humanas na Amazônia, estas batizaram seus lugares, seus recantos, construíram seus mitos, suas maneiras próprias de conceber nossas origens, de explicar nosso presente e de imaginar o nosso futuro. Florestas, rios e campos são povoados de personagens caros aos povos amazônicos, que zelam por suas vidas, os protegem, os orientam e asseguram o seu destino.
No entanto, num passado recente em termos históricos, há pouco mais de 500 anos, chegaram por estas terras povos colonizadores, com outra concepção de vida e com outras maneiras de lidar com a natureza. Desde então, a Amazônia e seus povos originários vêm sofrendo um processo sistemático de exploração, espoliação, subjugação, destruição, que se acelera a cada passo de integração a essa dinâmica, que possuiu desde a origem uma natureza globalizante, a um só tempo assimiladora, desintegradora e excludente.
Este processo violento transforma tudo o que alcança, na natureza como na sociedade, em mercadoria e, assim, retira de tudoseu valor essencial para transformálo em mero instrumento do objetivo maior que é busca cega do lucro. Tudo o que se integra de forma harmoniosa na visão e na prática dos povos originários é separado de forma brutal na visão e na prática do colonizador que aqui se instalou nos últimos séculos.
Esta maneira predatória de ocupar e explorar, cuja matriz se encontra ainda hoje nos países centrais do mundo em termos econômicos, tecnológicos e militares, construiu um modo cultural de produzir, consumir e viver em sociedade que hoje ultrapassa os limites da sustentabilidade humana e ambiental. Seriam necessários vários planetas Terra para alimentar a voracidade consumidora e destrutiva desta máquina global.
Hoje, torna-se urgente darmos um grito claro e uníssono em defesa da prevalência da Vida em nosso planeta. Não podemos mais aceitar a lógica egoísta do lucro individual e ilimitado como motor da vida em sociedade, pois é precisamente esta lógica que nos trouxe até este profundo e quase irreversível momento de desequilíbrio; não podemos mais aceitar os grandes e agressivos projetos econômicos como formas únicas de produção da riqueza e de garantia para nosso futuro, pois são estes precisamente que dilaceram a natureza, nos separam dela e terminam por nos destruir, expostos ao vazio da existência e ao deserto de uma natureza agonizante, exilados da fé, dos mitos e de um significado transcendente para nossa existência individual como coletiva.
Devemos hoje convocar a todos e todas para, num mutirão global, aprender com os povos originários da Amazônia e suas culturas como viver de maneira fraterna, em sociedade e com a natureza e que seus valores, suas histórias e seus mitos nos inspirem a viver re-ligiosamente, ou seja, re-ligandotudo o que é vivo numa grande harmonia, reflexo terreno da nossa fé profunda na Criação divina.
O Fórum Social Mundial é um espaço privilegiado para refletir sobre o atual momento histórico, para reavaliar nossos paradigmas, para compreender acerca das crises que se disseminam entre nós como as que se avolumam à nossa frente e, fundamentalmente, para elaborar as respostas que podemos dar na busca conjunta de um Outro Mundo Possível. Utilizemos lucidamente este precioso momento para defendermos a Vida, e a Vida em plenitude, animados pela nossa fé, guiados pela nossa razão e inspirados pelos valores e conhecimentos milenares dos povos originários da nossa Amazônia.
Fonte: NUPRAM / CNBB
Núcleo Permanente de Reflexão e Ação sobre a Amazônia
Comissão Episcopal para a Amazônia
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
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