Quarta-feira, 14 de junho de 2017 - 19h44
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Agora há pouco, Jaílton de Carvalho, em O Globo:
O operador Lúcio Bolonha Funaro está prestando um novo depoimento à Polícia Federal no inquérito para investigar o presidente Michel Temer e o ex-assessor Rocha Loures pelos crimes de corrupção, organização criminosa e obstrução de justiça. Funaro foi chamado para esclarecer algumas questões relativas ao primeiro interrogatório a que foi submetido no último dia 2. O operador deverá ainda fornecer mais detalhes dos casos mencionados anteriormente. As revelações do operador podem aumentar complicar a situação de Temer e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, entre outros.
No primeiro depoimento, Funaro acusou Geddel de fazer sondagens para saber se ele iria mesmo fazer acordo de delação premiada, como estava sendo ventilado pela imprensa. O ex-ministro, um dos principais aliados de Temer, teria ligado várias vezes para a mulher de Funaro em busca de informações sobre os planos do operador. Numa conversa com Temer, em 7 de março deste ano, o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse que estava pagando mesadas a Funaro e ao ex-deputado Eduardo Cunha para que os dois não fizessem delação. Temer teria dito, “tem que manter isso. Viu ?”.
Funaro afirmou também que até ser demitido, Geddel era o principal interlocutor de Batista no governo. A questão é importante porque, ainda na conversa com Temer, Batista diz que, com Geddel fora de cena, precisaria de um novo interlocutor. Temer indica, então, Rocha Loures para tratar de “tudo” com o empresário. Dias depois, o ex-assessor sai a campo, trata de decisões e cargos estratégicos do governo com Batista. Num outro momento, é filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, operador da propina da JBS.
Funaro operava para Cunha na Caixa Econômica Federal, tal como Fábio Cleto, que já o confessou. Lá, Geddel e Moreira Franco agiam sob as ordens de Michel Temer.
Há um ano, noticiou-se que “a Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F, que também é dono da JBS, pagou cerca de R$ 33 milhões em contratos de consultoria na área de energia para empresas ligadas a Lúcio Bolonha Funaro, que é apontado como operador do deputado Eduardo Cunha.”
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