Quinta-feira, 8 de junho de 2017 - 20h38
247 – O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, aceitou concorrer à presidência da República numa eleição indireta, após a provável queda de Michel Temer, que, mesmo que escape no TSE, se tornou insustentável no poder.
Quem afirma é o jornalista Fernando Rodrigues, em seu serviço de notícias Drive.
"O eleitor comum pode não gostar do desenrolar do julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE, com a provável absolvição de Michel Temer. Mas o presidente da Corte está se saindo muito bem junto ao eleitorado que realmente lhe interessa: o baixo clero do Congresso", diz ele.
Segundo Rodrigues, Gilmar deu caneladas na Lava Jato, no Ministério Público e no relator Herman Benjamin porque pretende ser eleito pela maior bancada do Brasil: a dos políticos investigados.
"Deputados e senadores escolherão o presidente interino da República, caso Michel Temer seja afastado do cargo pela Lava Jato. E, no Congresso: a) o PMDB é o partido mais forte; b) o baixo clero e os envolvidos na Lava Jato formam, de longe, a maior bancada", diz ele.
Nesse cenário, Gilmar já teria conquistado o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e de outros investigados, como o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). "O presidente do TSE já conquistou figuras importante do PMDB, que não admitem publicamente: os líderes do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Baleia Rossi (SP). Gilmar esteve na 2ª (5.jun) com Renan. Na semana passada, encontrou-se com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Entre os tucanos, conta com a amizade de longa data do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Aécio Neves (MG), afastado do mandato pela Lava Jato", afirma Rodrigues. "Gilmar tem discutido com os peemedebistas o formato da eleição indireta. Aceitaria disputar. Mas quer concorrer em igualdade de condições, por exemplo, com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sem ter que se desincompatibilizar do cargo atual."
Em entrevista ao 247, o sociólogo Boaventura Sousa Santos resumiu a tragédia brasileira: Dilma Rousseff, a presidente mais honesta da América Latina, foi afastada pelos políticos mais corruptos da América Latina (leia aqui).
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