Domingo, 21 de junho de 2009 - 07h05
Lúcia Nórcio
Agência Brasil
Curitiba - A parceria inédita entre o governo federal e as igrejas brasileiras na prevenção do uso de álcool e outras drogas que geram comportamentos de risco e situações de violência surgiu a partir da experiência da Pastoral da Sobriedade, com sede em Curitiba. A pastoral defende que o mal está enraizado, é preciso articular o bem.
O assessor eclesiástico nacional da Pastoral da Sobriedade, padre João Ceconello, disse à Agência Brasil que o desafio lançado pelo papa João Paulo II, em 1984, ao afirmar que a droga é um mal e ao mal não se dá trégua, levou a Igreja a despertar para o problema.
Em 1998, os bispos presentes na 36ª Assembléia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Itaici (SP), aprovaram a criação da Pastoral da Sobriedade. A sede é em Curitiba, mas sua atuação se estende por todo o país. A pastoral atua em cinco dimensões e tem os grupos de autoajuda como porta de entrada. Seus pilares são prevenção, intervenção, recuperação, reinserção familiar e social e, por último, a atuação política, que trabalha na construção de rede, uma articulação que favorece a inclusão no mercado de trabalho do dependente que está em sobriedade.
Temos cerca de mil grupos espalhados por 24 estados, atendendo, em média, 20 mil pessoas por semana. A pastoral já prestou 2,7 milhões de atendimentos graças ao trabalho voluntário dos mais de 11 mil agentes capacitados a atuar em suas comunidades. A meta é implantar a Pastoral da Sobriedade nas 9.500 paróquias brasileiras.
Segundo o padre Ceconello, a pastoral recebe, sem discriminação de raça, credo, cor ou classe social, todos aqueles que quiserem seguir um caminho de conversão. O processo se dá pela vivência diária dos 12 Passos da Sobriedade, configurando o Programa de Vida Nova, implementado nas reuniões semanais. Os 12 passos levam a um comprometimento maior com a espiritualidade e Deus é o caminho que pode transformar quem naquele momento está totalmente perdido.
Apesar de ser bastante procurada por dependentes químicos (álcool, drogas, nicotina), a pastoral acolhe qualquer tipo de dependência, desde remédios para emagrecer, tranquilizantes, vícios, compulsões, gula e depressão, conforme explica o padre. A acolhida é incondicional. O ser humano tem que sair de sua comodidade e ir ao encontro do outro por meio de ações concretas. Os excluídos são os nossos irmãos preferidos", diz o religioso.
Entre os que perseveram nas reuniões semanais dos grupos, todos encontram a sobriedade. Arriscamos mesmo a dizer que é de 100% a recuperação dos que praticam cada um dos 12 Passos da Sobriedade, um programa fundamentado na doutrina da Igreja Católica e em processos terapêuticos da psicologia e psiquiatria. A família participa do processo terapêutico simultaneamente com o dependente, o que facilita a reinserção.
"O que se ouve, quem se vê numa reunião é mantido em sigilo. O anonimato é uma das prerrogativas dos grupos.
José Osmar é um dependente químico em sobriedade há seis anos. Ele contou à Agência Brasil que durante 20 anos esteve nas ruas, experimentou toda a degradação humana proveniente do mundo das drogas. Minha família ficou todo o tempo rezando, nunca perdeu a esperança, diz José Osmar, que redescobriu a dignidade por meio da participação no grupo de autoajuda e hoje é um dos colaboradores da Pastoral da Sobriedade.
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