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Política - Nacional

Governo e oposição reagrupam forças para o segundo turno


Raquel Miúra - CBN, Gerson Camarotti - Agência O Globo RIO - Terminado o primeiro turno, governo e oposição já começam a reagrupar suas forças para as próximas quatro semanas de campanha, até a eleição do dia 29 de outubro. O tucano Geraldo Alckmin (PSDB) já tomou a iniciativa de ligar para Cristovam Buarque (PDT), quarto colocado na disputa, mas o senador deixou para o partido a decisão sobre quem apoiar no segundo turno. Lula, candidato à reeleição, conta com seu ex-ministro Ciro Gomes (PSB), deputado eleito com maior votação proporcional no país, entre seus principais cabos eleitorais nesta reta decisiva. Na ontem (2), Ciro se reuniu com a coordenação de campanha de Lula e disse que será um militante em favor da reeleição. Ciro também mandou um recado aos adversários do presidente: se a campanha de Alckmin atacar, ele estará pronto para responder. Uma das estratégias dos aliados de Lula será vincular Alckmin ao governo Fernando Henrique, inclusive relembrando escândalos da administração tucana. - Não creio que seja ético explorar escândalos - que merecem severas punições, seja praticado por quem for - para manipular consciências. Não é razoável que o país seja induzido a esquecer que esta gente da coalizão PSDB-PFL são os recentes responsáveis pelos mais graves escândalos impunes da história republicana brasileira. Se quiserem saber, eu faço uma lista: compra de votos para a reeleição, tentativa de CPI abafada, Marka e FonteCindam. O escândalo da Sudam, o escândalo da Sudene, o escândalo da privataria da telefonia brasileira. Ou aqueles que o senhor Geraldo Alckmin, que para mim é um homem decente e respeitável, não investigou em São Paulo - afirmou o deputado eleito. Tasso Jereissati compara Lula a Collor Coordenador da campanha petista, Marco Aurélio Garcia também partiu para o ataque contra a oposição. Ele disse que uma possível vitória do tucano Geraldo ALckmin representaria um retrocesso para o país em várias áreas. A campanha do petista pretende ainda reunir o maior número de aliados, principalmente, aqueles que conseguiram vitórias nas urnas. A idéia é mobilizar líderes regionais e assegurar a eles participação em um eventual segundo mandato. - O que vamos precisar melhorar, primeiramente, é a moblização, depois a articulação. Nós queremos fazer uma campanha que seja mais expressiva no ponto de vista da coalisão de forças. Uma coalisão ampla que está apoiando o presidente agora e que não só está preocupada em reeleger o presidente Lula, mas será chamada a governar junto com ele - disse. Do lado tucano, a artilharia também já está preparada. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, deixou claro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não terá sossego no segundo turno. Tasso disse que parlamentares do partido ficarão no Congresso em outubro cobrando rapidez nas investigações da compra do dossiê contra José Serra e das cartilhas compradas pela Secretaria de Comunicação com balanço das ações do governo. Segundo ele, o Tribunal de Contas da União (TCU) só deu 15 dias para o governo se explicar sobre as cartilhas. Mostrando parte da munição que os tucanos vão usar na campanha, Tasso comparou Lula ao ex-presidente Fernando Collor. - O Lula está ficando muito parecido com o Collor. Diz que tudo é golpe contra ele. Pede para que a imprensa não divulgue as fotos. No Senado, Heráclito Fortes ataca o PT Tasso também reagiu à insinuação do ex-ministro Ciro Gomes, seu seu antigo aliado no Ceará, que ontem teria dito que, se Lula for derrotado, o povo poderia se rebelar. - Se o Lula for derrotado é o povo que foi derrotado? Como assim? Até tu Ciro? Sobre supostas ameaças do governo de investitar os tucanos, Tasso Jereissati disse esperar que o governo aprofunde todas as investigações também sobre a tentativa de compra do dossiê. - Espero que o governo aprofunde as investigações sobre o dossiê e o mesmo empenho para descobrir a origem desse dinheiro. De quem é esse dinheiro? do (Oswaldo) Bargas, do (Ricardo) Berzoini? O governo pode aprofundar o que quiser. Eles não devem esconder nada, devem mostrar tudo, inclusive para a televisão. É preciso dar explicações para a origem do dinheiro. É muito dinheiro para aparecer sem origem - disse. Na tribuna do Senado, Heráclito Fortes (PFL-PI) afirmou nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi eleito no primeiro turno por causa "dos vários erros do PT" nos últimos dois anos. Opinou que, se o presidente Lula tivesse demitido todos os envolvidos no chamado escândalo das loterias, quando o assessor da Presidência Valdomiro Diniz foi flagrado negociando com um empresário de jogos (Carlinhos Cachoeira), "teria inibido a militância petista afoita" em episódios que vieram a ocorrer depois. - Na verdade, o PT subestimou o senso crítico do povo brasileiro que, atento e silencioso, percebeu as mudanças do partido assim que chegou ao governo, onde, para eles, o importante era permanecer no poder - disse.

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