Grito da Terra Brasil defende institucionalização de todas as políticas do campo

 
Ivan Richard
Agência Brasil

Brasília - Mais recursos para o financiamento da agricultura familiar, atualização dos índices de produtividade da terra e institucionalização das leis que tratam do campo são os principais pontos contidos na pauta de reivindicações do Grito da Terra Brasil 2009, entregue hoje (29) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contag).

Com mais de 200 pontos, o documento reúne uma série de propostas para melhorar as condições econômicas e sociais das trabalhadores da agricultura familiar. O 15º Grito da Terra está marcado para o final de maio, em Brasília. 

“Queremos que o governo institucionalize todas as políticas do campo. Hoje, a maioria não é [lei], são decretos, resoluções, medidas do Conselho Monetário Nacional, que podem estar em vigor, mas ser retiradas”, argumentou o novo presidente da Contag, Alberto Broch.

Depois da audiência, da qual participaram também os ministro Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República, Broch defendeu a ampliação dos recurso para financiamento da safra como forma de estimular a economia local das pequenas e médias cidades do país.

“Estamos pedindo R$ 22 bilhões para o Plano Safra, que vai beneficiar o investimento, o custeio e também a garantia de renda do produtor. A agricultura familiar é responsável por grande quantidade de produção de alimentos, gera trabalho e, quando vai bem, tem um reflexo dominó nas pequenas cidades e na economia local”, afirmou. “Quem ganha não são só os agricultores, mas o conjunto da sociedade”, acrescentou o dirigente da Contag.

O ministro Guilherme Cassel disse que o governo só poderá dar respostas aos camponeses em três semanas. “É preciso sentar e fazer cálculo agora”, justificou. Cassel ponderou ainda que a discussão de limites financeiros terá que ser discutidos também com os ministérios do Planejamento e da Fazenda.

“Estamos iniciando hoje com a Contag um processo de discussão. Um balanço do Plano Safra 2007/2008 e do 2008/2009 para, então, começar com o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea) a discutir diretrizes para 2009/2010”, afirmou Cassel.