Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

IHU: Brasil, um país onde se mata e morre muito - Por João Vitor Santos


 IHU: Brasil, um país onde se mata e morre muito - Por João Vitor Santos - Gente de Opinião

(IHU On-Line) A violência, cada vez mais, é pesquisada no Brasil. No que tange às periferias, no entanto, falta um detalhe importante: ouvir. “Vale a pena o esforço de escuta sobre o que as pessoas dizem. Todas as pessoas. É imprescindível ouvir as pessoas que estão direta ou indiretamente implicadas na vida das periferias para estabelecermos os contornos de o que é pertinente e o que não é para tudo o que discutimos”, destaca Daniel Hirata. Sem isso, “podemos ficar sem entender o que é mais importante e sem conseguir dar respostas ao principal, que é o fato de o Brasil ser um país onde se mata e morre muito”.

Hirata, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line estabelece uma espécie de genealogia do controle das periferias. A começar pelos anos 1990, quando os policiais eram amigos dos comerciantes mais estabelecidos nos bairros, ao mesmo tempo em que se relacionavam com os chamados pés de pato – “justiceiros, herdeiros históricos dos famosos grupos de extermínio dos anos 1970/80”.

Dessas relações emanava a gestão da ordem do bairro. Sem melindres, colocavam na linha ou matavam “vagabundo” e “malandro”. Ao mesmo tempo, “tinham uma certa coerência: moral do trabalho, respeito à família e aos mais velhos, o fascínio da ordem”. Conforme Hirata, “é o velho conservadorismo autoritário com cara de extermínio que sempre assolou as periferias de São Paulo”.

Nas cadeias, havia um espelhamento, e o convívio era dividido por bairro, por quebrada. “Essas quadrilhas foram se organizando para matar os pés de pato fora/dentro das cadeias. E mataram”, afirma. “Não dependiam dos comerciantes para pagar pelas execuções ou pela proteção, não dependiam dos policiais para fazerem a sua proteção em troca de outras mortes.” Desta forma, o negócio do crime cresceu. O Primeiro Comando da Capital – PCC, “como grupo prisional, produz uma articulação dessa história interna à cadeia, e essa história das ruas, das quebradas”. Funcionou como amplificador das demandas dos prisioneiros e das quadrilhas. Isso explica o lema “paz entre os ladrões e guerra com a polícia”.

Gente de Opinião

Daniel Hirata (Núcleo de Estudos da Violência - NEV/USP)

Daniel Hirata é doutor e mestre em Sociologia e graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo – USP. Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Leciona na Universidade Federal Fluminense – UFF. É pesquisador do Núcleo de Estudos de Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU-UFRJ); do grupo Cidade e Trabalho do Laboratório de Pesquisas Sociais (LAPS-USP); e do Núcleo de Pesquisas em Economia e Cultura (NUCEC-UFRJ).

Confira a entrevista completa de João Vitor Santos AQUI.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 15 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater o Projeto de Lei 165/2022, que prop

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

Gente de Opinião Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)