Quarta-feira, 20 de setembro de 2017 - 14h17
247 - Em entrevista ao “Correio Braziliense” de hoje, o ex-chefe da PGR, Rodrigo Janot disse que não tem “amigo com 51 milhões em apartamento”, referindo-se diretamente a Temer e a Geddel. Disse, também, que a defesa do presidente passou a atacá-lo, dada a dificuldade de rebater provas robustas como a mala de Rocha Loures e a recomendação – “tem que manter isso” – quando Joesley disse que estava de bem com Eduardo Cunha “todo mês”.
- Existem estratégias de defesa. Quando o fato é chapado, quando o fato é mala voando, são R$ 51 milhões dentro de apartamento, gente carregando mala de dinheiro na rua de São Paulo, gravação dizendo “tem que manter isso, viu?”, há uma dificuldade natural para elaborar defesa técnica nesses questionamentos jurídicos. E uma das estratégias de defesa é tentar desconstruir a figura do acusador. É assim que eu vejo. De repente, passo a ser o vilão da história, o dito vilão da história, porque há necessidade de desconstituir a figura do acusador. O que fizeram comigo vão fazer com outros. Tenha certeza absoluta.
Janot acha que poderão até acusá-lo de receber dinheiro do seu ex-braço direito, Marcelo Miller, o que repeliu com vigor:
- Vão tentar usar todo mundo e tudo contra mim… Tudo é possível, vão tentar desconstituir a figura do investigador. Não levei dinheiro do Miller nem autorizei ninguém a receber mala de dinheiro em meu nome. Nem tenho amigo com R$ 51 milhões em apartamento.
Admitiu que o embate com Temer será mais contundente que o que teve com o ex-presidente da República Fernando Collor:
- Ele só xingou minha mãe várias vezes (risos). Mas agora cheguei ao poder real, no núcleo de poder, no centro dessa Orcrim (organização criminosa), e a reação é essa mesmo. Eu já imaginava que isso aconteceria, mas não imaginava que seria nessa proporção. Não imaginava como viria o coice. A orquestração é visível.
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