Quinta-feira, 15 de novembro de 2018 - 08h57
A Justiça da Suíça citou, pela
primeira vez, a suspeita de que uma movimentação de R$ 43,2 milhões bloqueados
em contas bancárias no país europeu tenha sido utilizada para irrigar o
financiamento de uma campanha presidencial do PSDB. Os nomes dos suspeitos,
contudo, não foram divulgados.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo,
a suspeita sobre o PSDB consta de um documento contendo uma decisão do Tribunal
Penal Federal da Suíça que foi enviado ao Brasil por meio de pedido de
cooperação oficial entre o país europeu e o Brasil. Este é o segundo caso de
colaboração entre os dois países.
No primeiro, as investigações têm como foco a movimentação de mais de
R$ 113 milhões em nome do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, apontado
como operador de propinas do PSDB. Segundo a procuradoria suíça, o Ministério
Público Federal (MPF) brasileiro, solicitou em junho deste ano um pedido de
colaboração "em um processo criminal instaurado contra B. e outros por
lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva [a letra B faz referência
genérica a um suspeito cujo nome é mantido . A letra "B" se refere a
um suspeito, cujo nome foi mantido em confidencialidade e não se refere aá
letra inicial do investigado]".
Ainda conforme o documento, o MPF teria pedido a cooperação da Suíça
em relação a pessoas "suspeitas de terem concordado que o grupo C. deveria
pagar, em troca da implementação de um contrato de empréstimo celebrado por
eles com D. (uma joint venture brasileira ativa no desenvolvimento do serviço
rodoviário, controlada por governo do Estado de São Paulo para a construção,
exploração, manutenção e gestão de autoestradas e nós intermodais), o dinheiro
para financiar a campanha presidencial do PSDB".
No pedido, também era solicitado o bloqueio de R$ 43,2 milhões depositados em contas bancárias, correspondendo a mais de 10 milhões de francos suíços, "valor total pago pelo Grupo C. em uma base de corrupção entre 2006 e 2012". O PSDB disse que não irá se pronunciar sobre o caso por ainda não ter tido acesso às informações.
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