Terça-feira, 9 de janeiro de 2018 - 08h06
247 - Os detalhes do esquema de propinas da Odebrecht ao senador José Serra (PSDB-SP) foram detalhados pelo delator Pedro Novis, ex-presidente da Odebrecht de 2002 a 2008.
Ele relatou pagamento de propina de R$ 23,3 milhões em 2010, como contrapartida à liberação, pelo governo paulista, de R$ 170 milhões em créditos devidos a uma empresa do grupo Odebrecht, em 2009. Os R$ 29,1 milhões restantes teriam sido transferidos como caixa dois eleitoral para as campanhas de 2002, 2004, 2006, 2008 e 2012, segundo Novis.
A conta onde da propina teria sido fornecida pelo lobista José Amaro Ramos, descrito por Novis como amigo de Serra. O delator disse que recebeu das mãos de Ramos "o número da conta para a qual seriam destinados os recursos destinados a José Serra". Amaro Ramos manteria relação com governo e empresas da França, e teria aproximado a Odebrecht de grupo empresarial daquele país na década de 90, segundo Novis.
Pedro Novis afirmou também que Amaro Ramos teria sido credenciado pelo próprio José Serra a receber os R$ 4,5 milhões para a campanha eleitoral de 2006 - fato que o tucano nega.
José Amaro Ramos foi citado em investigações que apuram ilícitos em contratos do governo de São Paulo para o Metrô. O nome dele chegou a constar de documentos enviados ao Brasil pelo Ministério Público da Suíça, que pediu para ouvi-lo. O pedido de oitiva, no entanto, foi esquecido em um escaninho da Procuradoria da República de São Paulo, de acordo com um investigador.
As informações são de reportagem de André Guilherme Vieira no Valor.
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