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Política - Nacional

Lula diz que não vai 'jogar fora' estabilidade econômica conquistada com 'muito sacrifício'


Cristiane Jungblut - Agência O Globo BRASÍLIA - Numa rápida entrevista depois de participar de almoço no Clube do Exército com oficiais generais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não haverá efeito cascata no Executivo com relação ao aumento aprovado pelos parlamentares, que ganharão 92% a mais a partir de janeiro do ano que vem. Lula disse que não vai "jogar fora" a estabilidade econômica conquistada nos últimos quatro anos e que, para crescer, é preciso justamente conter gastos para se ter mais dinheiro para investimentos. Sobre o comportamento do Congresso de se autoconceder um reajuste deste montante, Lula disse que cada poder toma suas decisões e arca com elas. - Não vai ter efeito cascata. Pode ficar tranqüilo, porque não vou abrir mão da responsabilidade de manter uma política fiscal condizente com o desejo que temos de crescimento. Não vou, em hipótese alguma, jogar fora o que construí nesses quatro anos com muito sacrifício. A estabilidade é que me permite agora pensar em crescer a economia e para crescer a economia tenho que cortar gastos. Tenho que arrumar dinheiro para fazer investimentos. Essa é a lógica que estamos estabelecendo - disse Lula, acrescentando: - O Congresso decidiu uma coisa dele. Cada um toma decisões e cada um se responsabiliza pelos resultados. O presidente afirmou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia se pronunciado sobre o impacto da decisão e que os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), haviam dito que existiam recursos no orçamento das duas Casas para cobrir as despesas extra com os novos salários. - Não posso dar palpite sobre os aumentos decididos pelos outros poderes - disse. Questionado se o Brasil tem condições de comportar esse aumento, Lula falou que Aldo e Renan deveriam saber: - O país comporta se estiver crescendo a economia, se o país estiver rico. Como os dois presidentes conhecem seu orçamento, eles sabem se dá ou não para dar. Perguntado ainda se aumentará o seu próprio salário, o presidente disse que não é ele que reajusta seus vencimentos: - Acho que tem que ser implantada uma lei estabelecendo um teto neste país.

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