Sexta-feira, 17 de novembro de 2017 - 20h30
Por Maria Carolina Marcello e Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - Diante da recente tentativa de reacender o debate sobre a reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vê dificuldades para a aprovação da medida, mas avalia que ainda há espaço para tentar votá-la neste ano.
Um dos principais defensores e articuladores da proposta, Maia argumenta que se a votação ficar para 2018 será "difícil" retomar o processo. Também alerta que o governo trabalha com uma noção de tempo diferente da percepção do Congresso.
"Se passar para o ano que vem vai ser difícil", disse Maia em entrevista à Reuters na residência oficial do presidente da Câmara. "Vamos esperar, não vamos desistir, vamos trabalhar para ver o que a gente consegue votar. Acho que ainda tem espaço para votar. É muito difícil, mas temos", acrescentou.
"O problema é que o tempo que o governo está achando que tem é diferente do tempo que o Parlamento acha que tem", ponderou.
O governo atua para conseguir iniciar a votação da reforma na Câmara no começo de dezembro. Na próxima semana já devem ser divulgados os pontos principais do texto a ser votado --bem mais enxuto do que a versão aprovada pela Comissão Especial da Câmara.
Na entrevista desta sexta, Maia disse que antes de fazer a contagem de votos a favor da reforma da Previdência, o governo precisa garantir que sua base esteja unida.
Segundo ele, não é possível fazer uma leitura fiel dos ânimos da base nesta semana já que não houve votações na Câmara, mas o governo pode ajudar a melhorar o ambiente se definir logo que alterações fará ou não na sua composição ministerial.
"Vamos ter uma visão mais clara na terça-feira ou na quarta", disse, acrescentando ter a impressão que ainda não há votos suficientes para aprovar a reforma. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, são necessários os votos de 308 dos 513 deputados.
"Dá para votar no início de dezembro? Eu espero que sim, mas não tenho clareza ainda se vai ou não."
O presidente da Câmara disse ainda que para alguns partidos da base as mudanças ministeriais não devem ficar restritas ao Ministério das Cidades, vago desde a segunda-feira, quando o ministro Bruno Araújo, do PSDB, decidiu deixar a pasta por não contar mais com o apoio da sigla.
"Os partidos estão vocalizando as suas insatisfações. O presidente, com a experiência que tem, ele sabe como lidar com isso. O que eu acho é que tem que decidir. Pode decidir 'olha, não vou mudar e ponto', ele é o presidente da República... Talvez o impacto seja menor do que a gente está esperando. Só que tem que decidir. A não decisão é que gera mais problema."
UM, DOIS, TRÊS
Na avaliação de Maia, o governo deve ter algumas oportunidades de testar os ânimos da sua base, e isso deve ocorrer em temas não tão polêmicos quanto a reforma da Previdência, mas que ainda assim suscitam controvérsias.
Esse é o caso da proposta para suspender os reajustes dos funcionários públicos, que contam com instrumentos de pressão no Congresso, e também da elevação da contribuição previdenciária dos servidores. Ambas fazem parte do pacote de ajuste fiscal do governo para fechar o orçamento.
"Temos votos para votar outros temas importantes como a suspensão do aumento dos servidores? Eu não sei, eu não tenho certeza que tem", disse.
Maia lembra que embora sejam necessários 308 votos para aprovar a reforma da Previdência, o prudente é garantir uma gordura de ao menos 320 deputados favoráveis.
STF tem maioria para determinar recálculo de cadeiras na Câmara dos Deputados
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (25) maioria de votos para determinar que a Câmara dos Deputados faça a redistribuição do
Governo Federal se compromete a incluir plano de carreira da ANM na LOA 2024
O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (SInagências) conseguiu uma solução direta do governo após intensa articulaç
Deputado estadual Pedro Fernandes será o relator da CPI das Reservas em Rondônia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Reservas foi instaurada em Rondônia para investigar possíveis irregularidades nos processos de criação
Na tarde dessa segunda-feira (06), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, esteve r