Quinta-feira, 17 de agosto de 2006 - 15h21
Agência O Globo
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, afirmou nesta quinta-feira que os eleitores devem analisar, no momento de votar, a vida passada do eleitor. Para ele, se há contra um determinado candidato fatos que o condenem, mesmo que ele não tenha sido condenado em última instância pela Justiça, isso deve ser considerado pelos eleitores.
- Pouco importa a existência ou não da decisão condenatória. O homem público é um livro aberto, está na vitrine, portanto, aquele que tem alguma coisa a esconder não deve se apresentar como candidato a cargo público - disse.
Marco Aurélio afirmou, no entanto, que a Justiça tem que cumprir a lei e não pode criar novas regras:
- A população precisa compreender que a atuação do Judiciário é vinculada ao direito posto. Não podemos substituir as regras existentes.
Ao participar de solenidade de homenagem à presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, Marco Aurélio também criticou os candidatos que se apresentam no horário eleitoral gratuito com discursos que não condizem com a verdade e fazem promessas que não podem cumprir. Segundo Marco Aurélio, a propaganda eleitoral é o espaço que o eleitor tem para conhecer os candidatos e julgá-los de acordo com suas verdadeiras histórias.
- Gostaria de aplicar o Código de Defesa do Consumidor contra a propaganda enganosa - ironizou o ministro, acrescentando:
- Isso (propaganda enganosa) sempre ocorrerá, mas nós não somos ingênuos. Não subestimem o povo brasileiro. O eleitorado tem que aproveitar o programa para examinar o perfil dos candidatos, não só analisar o que estão falando, mas também a vida pregressa dos candidatos.
Na última segunda-feira, Marco Aurélio referiu-se de forma indireta à crise política que afeta parlamentares, como os escândalos do mensalão e dos sanguessugas, defendeu o voto consciente e conclamou os eleitores a não se omitirem e nem votar naqueles que não respeitam a lei. Toda a campanha institucional do TSE para as eleições deste ano faz um apelo para o necessário cuidado que o eleitor deve ter ao escolher seus candidatos.
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