Quinta-feira, 25 de abril de 2019 - 20h34
A
deputada Mariana Carvalho (RO) participou na
quarta-feira (24) de debate promovido pela Comissão de Defesa da Pessoa com
Deficiência sobre as dificuldades no acesso a medicamentos para doenças raras.
A parlamentar destacou iniciativas que visam facilitar a vida de quem possui
uma doença rara e defendeu o cumprimento da legislação.
Preocupada com a situação de quem
precisa enfrentar uma verdadeira via crucis para conseguir
um medicamento e poder tratar sua patologia, Mariana apresentou projetos de lei
que visam amenizar o sofrimento de pacientes e familiares.
O PL 4345/2016 autoriza o
uso de fármacos, substâncias químicas, produtos biológicos e correlatos ainda
em fase experimental e não registrados, por pacientes com doenças graves ou
raras diante de determinadas condições. Já o PL 5998/2016 prevê
critérios diferenciados para a avaliação e a incorporação de medicamentos
órfãos, destinados ao tratamento das doenças raras.
Durante a audiência, Mariana
reforçou sua defesa por essa causa e afirmou que, infelizmente, essa não é uma
bandeira que ganha muitos adeptos por não ter um grande retorno eleitoral e por
se tratar de políticas públicas voltadas para um número de pessoas considerado
pequeno.
“Só que independentemente disso,
temos que estar preocupados em cuidar e salvar vidas. Esse é o meu papel como
deputada, como médica e como pessoa. Por isso, é uma causa pela qual luto e me
alegro em saber, que mesmo diante disso, há cada vez mais pessoas engajadas e
esse novo mandato mostra isso. Há pessoas que estão somando com essa causa”,
afirmou.
A
deputada destacou que antes mesmo da dificuldade para ter acesso a um
medicamento, existe a dificuldade no diagnóstico. Muitas pessoas convivem com
doenças raras sem saber e acabam sofrendo ainda mais por serem diagnosticadas
equivocadamente com doenças comuns.
Mariana e outros participantes do
debate destacaram a importância de se fazer cumprir a legislação já existente.
A Portaria 199/2014, que estabelece a Política Nacional de Atenção Integral às
Pessoas com Doenças Raras, é uma das normas que não estaria sendo cumprida, de
acordo com participantes.
Segundo a Presidente da Associação
de Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (AFAG), Maria Cecília
Oliveira, houve uma melhoria na atenção aos pacientes, mas, há questões que
preocupam muito como o posicionamento contrário de ministros do Supremo
Tribunal Federal em relação ao uso de medicamentos sem registro na Anvisa.
O ativista Patrick Dornelles,
portador da síndrome mucopolissacaridose, lembrou casos de pessoas que perderam
a vida à espera de ter acesso a medicamentos. De acordo com ele, a retomada do
debate no STF sobre a obrigação dos estados em fornecer medicamentos de alto
custo é fundamental.
O debate ocorreu no mesmo dia em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, assinou, no Senado, a portaria de incorporação do medicamento
nusinersena (spinraza) na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais do
Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio é indicado para atrofia muscular
espinhal (AME), um tratamento que custa R$ 1,3 milhão por paciente ao ano.
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