Sábado, 7 de julho de 2007 - 18h41
Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Material orgânico e baterias são os maiores problemas para o meio ambiente, se considerados apenas os detritos residenciais levados aos aterros por caminhões de lixo. "Todo lixo é contaminante, inclusive a matéria orgânica. O material putrefato forma um líquido altamente contaminante para o subsolo, o chorume", explica o gerente de usinas do Sistema de Limpeza Urbana do Distrito Federal, Pedro Luiz Rennor.
Ele afirma que esses compostos orgânicos devem ser reciclados rapidamente. "Se não foi feito um trabalho de compactação de lixo, a contaminação é rápida. Aqui em Brasília a gente transforma 20% do lixo orgânico em adubo". Segundo ele, também que as pilhas e baterias são grandes poluentes dos solos e lençóis freáticos, por causa dos metais pesados.
A cidade que mais produz lixo no Brasil é São Paulo (SP). De acordo com o diretor de operações Afranes Zucon, que trabalha em uma das duas concessionária de limpeza urbana do município, são 12 toneladas de lixo por dia e 60% desse total é só de lixo orgânico.
"Uma das coisas que são inadequadas são baterias e pilhas, por exemplo, que podem contaminar os solos. Precisaria haver uma divulgação maior para dizer que isso não deve ser feito e também é necessário que haja mais pontos de recolhimento desse material que o encaminha para fábricas de reciclagem".
Mesmo assim, não se deve esquecer o material reciclável, pois ele demoram até séculos para se decompor. "Se na cidade não houver coleta seletiva, a pessoa pode procurar algum ponto coletivo de entrega voluntária. Assim não estaríamos descartando materiais que estariam levando muitos anos para se decompor", explica Zucon. "Se o cidadão pudesse separar todo seu lixo seria o ideal. Para que se aproveite o material orgânico nas usinas".
Mas, segundo o assessor técnico da Diretoria Indústrial da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio de Janeiro, José Henrique Penido, se o aterro sanitário for construído de acordo com a legislação, as chances de contaminação diminuem significativamente. "Um aterro, para ser completamente sanitário e evitar contaminações, tem que ter uma impermeabilização, ter a captação de chorume de gases. Isso tudo forma um conjunto que protege solos, rios, lençóis freáticos e a atmosfera".
"Nós temos que estar preocupados com o lixão, que é um terreno qualquer para jogar o lixo indiscriminadamente e sem nenhuma proteção anterior. Isso gera problema ambientais graves e a população vai ser exposta a muitas doenças e a explosões", acrescenta Penido.
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