Quinta-feira, 1 de março de 2018 - 05h30
247 - No seu discurso de despedida do Exército, nesta quarta (28), o general do Exército Antonio Hamilton Mourão, chamou de "herói" o coronel Carlos Brilhante Ustra (1932-2015), ex-chefe do DOI-CODI do II Exército, um dos principais órgãos da repressão durante a ditadura militar e acusado de inúmeros crimes pela Comissão Nacional da Verdade.
O general Mourão deixou a Secretaria de Economia e Finanças do Comando do Exército nesta quarta e passou à reserva, após ter dado declarações públicas com sugestão de uma intervenção militar e críticas a Michel Temer.
Após seu discurso, Mourão declarou a jornalistas que que o Judiciário deveria "expurgar da vida pública aquelas pessoas que não têm condições de participar". Indagado se ele incluiria o Michel Temer (MDB) nesse cenário, Mourão respondeu que sim.
Em dezembro, Mourão irritou Temer ao dizer que o presidente "vai aos trancos e barrancos" e tenta se equilibrar no governo "mediante o balcão de negócios". Três meses antes, ele havia dito em uma palestra promovida pela maçonaria em Brasília que seus "companheiros do Alto Comando do Exército" entendem que uma "intervenção militar" poderia ser adotada se o Judiciário "não solucionar o problema político" do país.
Após a solenidade, Mourão disse que Ustra foi seu comandante, "combateu o terrorismo e a guerrilha, por isso ele é um herói”.
O general afirmou que, agora que deixou o Exército, será candidato a presidente do Clube Militar, no Rio, e vai trabalhar na candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro. Disse que, "se preciso", "subirá no palanque" em prol do candidato.
As informações são de reportagem de Rubens Valente na Folha de S.Paulo.
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