Domingo, 18 de novembro de 2018 - 09h32
Pelo projeto, o produtor que desenvolver uma nova cor de orquídea pode ser liberado da inscrever o produto no RNC
A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realizará audiência
pública na terça-feira (20) sobre o Projeto de Lei da Câmara 88/2014, que
isenta as cultivares de plantas e flores ornamentais de domínio público da
obrigatoriedade de inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RNC). O debate
foi proposto pelo senador Paulo Rocha (PT-PA).
Uma cultivar resulta do melhoramento de uma variedade de planta e difere
das demais plantas dessa variedade na cor, formato, porte ou outra
característica. No desenvolvimento de uma cultivar não ocorre alteração dos
genes, mas uma nova combinação do seu próprio material genético. Pelo projeto,
o produtor de flores que desenvolver uma nova cor de orquídea, por exemplo,
pode ser liberado de inscrever o produto no RNC.
A proposta, do deputado Junji Abe (MDB-SP), recebeu voto favorável do
relator, senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). O projeto modifica a Lei de Sementes
(Lei 10.711, de 2003), que regulamentou o Sistema Nacional de Sementes e Mudas.
O texto, no entanto, mantém a exigência de inscrição para plantas patenteadas.
Caiado também foi relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE), onde o texto foi aprovado com uma emenda de redação. Segundo o senador,
o setor de cultivares é pressionado por tendências de mercado em termos de
novas colorações e formatos de plantas, um dinamismo incompatível com a
lentidão do processo de registro.
A atual forma de usar o RNC, segundo o relator, "faz com que o
registro seja meramente uma exigência burocrática, não trazendo nenhum
benefício direto, mas apenas gerando custos desnecessários e freando o
desenvolvimento do setor”.
A legislação atual já desobriga de inscrição no RNC cultivares locais ou
crioulas (variedades desenvolvidas, adaptadas ou produzidas em certos locais,
com características bem determinadas e reconhecidas pelas respectivas
comunidades) de milho, feijão, arroz e outras plantas tradicionais de
agricultores familiares, assentados da reforma agrária e indígenas. Para
Caiado, o PLC tem intenção semelhante.
“É absolutamente compreensível que a imposição do cadastro de cada
cultivar ornamental no RNC apenas eleva os custos e a burocracia de um segmento
que está normalmente sujeito a margens estreitas de lucros, mas demanda e
emprega intensivamente mão de obra, distribuindo renda e beleza”, argumentou
Ronaldo Caiado.
Para debater o tema foram convidados para a audiência David Laurence
Hathaway, consultor da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), e
representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), dos
Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A audiência, que é interativa, ocorrerá às 11h, na sala 7 da Alexandre
Costa, no Anexo 2 do Senado. Quem tiver interesse em participar com comentários
ou perguntas pode enviá-los por meio do Portal e-Cidadania e da central de
atendimento Alô Senado.
Ainda segundo o relatório da senadora, "a informação obtida destes estudos deu apoio à ideia de que o sistema canabinoide é suscetível à manipulação farmacológica, assim como outros sistemas fisiológicos humanos. Isto levou à descoberta de moléculas canabinoides com utilidade terapêutica. E desde então, a importância medicinal da cannabis tem sido reiteradamente demonstrada pela Ciência".
COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR |
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Alô Senado (0800-612211) |
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