Sábado, 26 de novembro de 2016 - 10h04
247 – Depois de Geddel Vieira Lima, o chanceler José Serra, indicado pelo PSDB para o cargo, poderá ser o sétimo ministro demitido por corrupção no governo Michel Temer.
O motivo: ele é um dos principais alvos da delação premiada da Odebrecht, numa trama que revela sua participação direta no crime de lavagem de dinheiro.
Os detalhes estão numa reportagem de Renato Onofre, na revista Veja, que aprofunda o que realmente aconteceu com as doações de R$ 23 milhões feitas pela Odebrecht, por meio de seu departamento de propinas, ao candidato do PSDB à presidência da República, em 2010.
Segundo o delator Pedro Novis, Serra pediu que a Odebrecht fizesse doações clandestinas à sua campanha por meio da conta do banqueiro Ronaldo Cezar Coelho, dono do Multiplic, na Suíça.
Cezar Coelho, por sua vez, pagou várias das despesas da campanha de Serra, como o aluguel do jato usado em suas viagens, no Brasil, sem que a doação da Odebrecht aparecesse.
Serra, portanto, será atingido não apenas pela acusação de caixa dois – que o governo Temer pretendia anistia – como também de lavagem de dinheiro e, talvez, formação de quadrilha e organização criminosa.
A denúncia também coloca em xeque a licitude da lei de repatriação de capitais, uma vez que Cezar Ceolho foi um dos primeiros a aderir a ela para se livrar de punições na esfera penal.
Serra e Cezar Coelho não comentaram a denúncia. Recentemente, o chanceler disse que temia que uma eventual fuga do ex-presidente Lula poderia prejudicar a imagem do Brasil.
Nas próximas semanas, será ele, Serra, o denunciado.
Como registro final, Serra foi também um dos grandes articuladores do golpe parlamentar de 2016, que afastou uma presidente honesta, Dilma Rousseff, para tentar salvar políticos corruptos (leia mais em "O Brasil deve um pedido de desculpas a Dilma").
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