Sábado, 8 de julho de 2017 - 05h33
247 – O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que está preso em Curitiba e negocia um acordo de delação premiada, acusou seu sucessor no cargo, Guido Mantega, de montar uma central para venda de informações a instituições financeiras, antecipando movimentos nos juros, no câmbio e em medidas provisórias de interesse do setor.
As informações são de Marina Dias, Daniela Lima e Mônica Bergamo, em reportagem publicada na Folha.
"Nas negociações para fechar um acordo de colaboração premiada, o ex-ministro Antonio Palocci sustenta que seu sucessor na Fazenda, Guido Mantega, montou uma espécie de central de venda de informações para o setor financeiro durante os governos petistas. A sede seria o prédio do Ministério da Fazenda em São Paulo, na avenida Paulista, onde Mantega costumava despachar às sextas-feiras", diz o texto. "Palocci implica o sucessor em um suposto esquema de repasse de informações privilegiadas. Segundo ele, Mantega antecipava dados a respeito de juros e edição de medidas provisórias, por exemplo, que eram de interesse de bancos, em troca de apoio ao PT."
Mantega rebateu, dizendo que sua gestão, mais desenvolvimentista, era frequentemente criticada pelos bancos, que tinham em Palocci um interlocutor principal.
Já condenado a mais de 12 anos de prisão, Palocci busca uma saída e pode implicar também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua delação.
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