Quarta-feira, 6 de setembro de 2017 - 19h43
BRASÍLIA (Reuters) - O ex-ministro Antonio Palocci acusou nesta quarta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de comandar um esquema de recebimento de propinas da empreiteira Odebrecht que beneficiou Lula e o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
As declarações foram feitas durante depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, no processo em que o ex-presidente é acusado de receber propina da empreiteira na forma de um terreno de 12,5 milhões de reais, que seria destinado à construção da sede do Instituto Lula em São Paulo, e de um apartamento cobertura vizinho ao que Lula mora em São Bernardo do Campo.
"Queria dizer a princípio que a denúncia é procedente. Os fatos narrados nesta denúncia, os fatos narrados nela são verdadeiros", disse Palocci no início de seu depoimento.
"Diria apenas que os fatos narrados nessa denúncia dizem respeito a um capítulo de um livro um pouco maior, de um relacionamento que é uma história maior do relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e ex-presidente Dilma, que foi bastante intensa, relacionamento movido a vantagens e a pagamento de propina pela empresa a agentes públicos em forma de doação de campanha, benefícios pessoais, caixa 1 e caixa 2", acrescentou o ex-ministro.
Segundo Palocci, o pecuarista José Carlos Bumlai o contatou afirmando que estava procurando um local para o Instituto Lula.
"Muita gente fala em terreno, mas era um prédio, que ele ia cuidar disso e que ele pediu apoio ao Marcelo Odebrecht para que ajudasse a pagar", disse o ex-ministro.
Em nota, o Instituto Lula afirma que Palocci relata uma história "contraditória com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas".
"Só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sérgio Moro que busca negociar com o Ministério Público e o próprio juiz Moro um acordo de delação premiada que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula", diz a nota.
O advogado Adriano Bretas, contratado por Palocci para negociar um acordo de delação premiada, disse que "foi um pacto de sangue e um pacote de propinas que incluiu o pagamento de um imóvel, um sítio e 300 milhões de reais que paulatinamente foram disponibilizados de acordo com aquela planilha entregue pela empreiteira".
Segundo Tracy Reinaldet, outro advogado de Palocci, o acordo foi feito na transição entre o segundo governo de Lula e o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Haveria um temor na empresa de que a relação com Dilma não fosse a mesma que havia no governo Lula.
Palocci depôs por duas horas.
Reportagem de Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito
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