Segunda-feira, 24 de setembro de 2018 - 12h04
247 - As petroleiras internacionais, que já arremataram parte dos campos de exploração da camada de petróleo do pré-sal, agora se preparam para participar da 5ª rodada de leilão que será realizada apenas uma semana antes da eleição presidencial de outubro. A pressa das grandes empresas do setor tem como justificativa a incerteza política no período pós-eleitoral, uma vez que, dependendo de quem for eleito, as regras impostas pelo governo Michel Temer e que abriram o mercado para o capital internacional em detrimento da Petrobrás podem ser revistas ou até suspensas.
E os interesses são altos. Segundo a Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP), a estimativa é que os quatro blocos que serão colocados à venda rendam até R$ 180 bilhões em royalties, tributos e participações especiais ao longo dos 35 anos de contrato. O valor, contudo, é considerado irrisório pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) uma vez que, segundo dados da associação, desde que foi descoberto, em apenas dez anos o petróleo da camada do pré-sal já gerou R$ 40 bilhões em participações governamentais, podendo chegar a R$ 130 bilhões em 2022.
A afoiteza das multinacionais pelo petróleo brasileiro também pode ser explicada por dois fatores: um deles é a cotação do barril no mercado internacional, próxima de US$ 80. O outro é o baixo custo de produção, próximo dos US$ 7 por barril equivalente, valor praticamente semelhante ao registrado pelos campos de petróleo convencionais do Oriente Médio.
Além disso, as empresas também vêm reforçando o caixa visando o leilão de cessão onerosa, pelo qual a Petrobrás adquiriu o direito de exploração de 5 bilhões de barris do de petróleo do pré-sal e cujo excedente será vendido às grandes petroleiras do setor, que acabou adiado para o próximo ano.
Ao todo, 12 empresas estão habilitadas a participarem do leilão da 5ª rodada do pré-sal. Com participação de companhias chinesas, britânicas, norueguesas, norte-americanas, dentre outras, a expectativa é que o a União arrecade até R$ 6,82 bilhões, por meio do bônus de assinatura, que é fixo em função do regime de partilha. Estão sendo ofertados os blocos de Saturno, Titã e Pau Brasil, todos na Bacia de Santos, e o de Sudoeste de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos. A estimativa é que estes quatro campos possuam reservas recuperáveis de até 5 bilhões de barris.
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