Terça-feira, 29 de maio de 2018 - 18h02
247 - Se as reivindicações dos petroleiros não forem atendidas, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 14 sindicatos do setor petrolífero, pretende parar a produção por tempo indeterminado. A princípio, a categoria fará uma greve de advertência, que terá início nesta quarta-feira 30 e se encerrará em 72h. Na noite desta terça, já houve mobilização na Avenida Paulista em defesa da Petrobras, em frente ao prédio da estatal.
De acordo com a FUP, a carta feita por Pedro Parente, presidente da Petrobras, apelando contra a greve não surtirá efeito algum. "A credibilidade dele (Parente) está muito em baixa, tanto entre os empregados como no mercado. Se ele desvincular os preços do mercado internacional quebra um acordo com o mercado", disse o diretor da FUP Simão Zanardi, segundo reportagem do Estadão. A expectativa, segundo ele, é de grande adesão à greve.
Em comunicado, a FUP critica duramente a atuação de Pedro Parente e diz que "o povo está sendo sacrificado pelas escolhas" feitas por ele à frente da Petrobras. Leia a íntegra:
Mais um apagão e Parente já pode pedir música no Fantástico
Mesmo tendo sido responsável por dois apagões no Brasil – o da energia elétrica, em 2001, e o do desabastecimento gerado pela alta desenfreada dos preços dos combustíveis – o presidente da Petrobrás ainda pensa que pode convencer os trabalhadores e a sociedade de suas "boas intenções".
Por mais que ele o governo a que serve queiram concretizar o projeto de privatização da petrolífera brasileira, a Petrobrás ainda é uma empresa pública. Ficou claro para a população que a escalada dos preços dos combustíveis a níveis jamais vistos no país é consequência de uma política de gestão voltada unicamente para o mercado.
O povo está sendo sacrificado pelas escolhas que a atual administração da Petrobrás fez. O botijão de gás de cozinha disparou, levando as famílias brasileiras a voltarem a cozinhar com lenha e carvão. Pagamos uma das gasolinas mais caras do planeta e importamos cada vez mais diesel dos Estados Unidos. Mas, nada disso sensibiliza Pedro Parente. Pelo contrário. Ele continua seguindo à risca o que mandam o mercado financeiro e os investidores estrangeiros, seus patrões de fato e de direito.
Por sua determinação, a Petrobrás reduziu as cargas das refinarias e abriu mão do mercado nacional de derivados para que as importadoras tomassem conta. Parente quer que a empresa se concentre na exportação de óleo cru. Enquanto isso, o povo paga a conta da política de preços de derivados indexada ao dólar e ao barril de petróleo, que beneficia diretamente as importadoras. Se antes tínhamos cerca de 50 empresas desse tipo no Brasil, agora temos mais de 200.
O "grande gestor" que o mercado e a mídia defendem está levando o Brasil à bancarrota. Em oito dias de protestos dos caminhoneiros, a Petrobrás já perdeu R$ 126 bilhões em valor de mercado. A teimosia de Parente em manter a atual política de preços de derivados de petróleo custará ao país pelo menos R$ 10 bilhões em ajustes fiscais. Adivinhe quem pagará de novo a conta de mais esse apagão?
Não satisfeito em mergulhar o país em uma crise sem precedentes, o presidente da Petrobrás ainda tem a cara de pau de provocar os trabalhadores da empresa com uma carta dissimulada, que tenta transferir para a categoria petroleira a responsabilidade das escolhas que ele tomou.
Quer saber de fato, Pedro Parente, "como a Petrobrás e a sua força de trabalho podem melhor ajudar o Brasil neste momento?".
Suspendendo a privatização das refinarias, das fábricas de fertilizantes, dos terminais, dos oleodutos e dos gasodutos, das plataformas e dos campos terrestres de produção, das termoelétricas, da BR Distribuidora e de todos os ativos estratégicos que estão em vias de serem entregues.
Proíba seus diretores e gerentes executivos de ameaçarem os trabalhadores de demissão, nas reuniões e "apresentações" que vêm fazendo pelo país afora, tentando justificar a venda das unidades.
Retome a produção a plena carga nas nossas refinarias para que o povo brasileiro não fique refém das importadoras e volte a ter combustíveis a preços condizentes com o nosso custo de produção, que é muito mais barato do que comprar derivados fora do país.
Volte a investir no Brasil, construindo plataformas, navios e equipamentos aqui e não na Ásia. Gere valor agregado para a indústria nacional, criando empregos e renda no país, em vez do exterior.
Por isso, Pedro Parente, é SIM "com paralisações e com pressões para redução" dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis que os petroleiros seguirão em luta, denunciando os prejuízos que a sua gestão tem causado ao Brasil. Nossa greve é para reafirmar que o maior acionista da Petrobrás ainda é o povo brasileiro e não o mercado.
Por isso, Pedro Parente, peça pra sair e deixe os petroleiros trabalharem!
Defender a Petrobrás e defender o Brasil.
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