Sábado, 19 de abril de 2008 - 22h15
CHICO ARAÚJO
chicoaraujo@agenciaamazonia.com.br
BOA VISTA, RR — Pode eclodir a qualquer momento um conflito entre índios e arrozeiros na Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Alerta nesse sentido foi distribuído na sexta-feira, 18, pela direção da Polícia Federal (PF) a todos as superintendências regionais.
Há 20 dias, a PF foi enviada para área a fim de retirar os produtores da área. “As superintendências estão de sobreaviso”, disse o delegado Fernando Segóvia, que coordena a Operação Upatakon III, suspensa por liminar do ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais de 1 mil índios promoveram hoje, 19, manifestações em Surumu e na sede do município de Uiramutã, na fronteira com a Guiana Inglesa. Ali está instalado o 6º Batalhão Especial de Fronteira do Exército.
Os índios ameaçam tirar à força os produtores de arroz de dentro da reserva, uma área de 5 milhões de hectares. Mais de 18 mil índios vivem na área, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai). Caso as ameaças se confirmem, a PF admite que possa haver violência generalizada. PF e a Força Nacional de Segurança mantêm 350 homens na região. Segóvia diz que o efetivo ser insuficiente para controlar o contingente de guerreiros ligados ao CIR. Eles somam cerca de 90% dos indígenas da reserva.
A situação ficou tensa após o líder dos arrozeiros, o prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, e o deputado Márcio Junqueira (DEM-RR) irem à sede da PF em Boa Vista pedir segurança. Eles denunciaram um suposto plano dos índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) de fazer à força a retirada dos fazendeiros e da população não-índia da reserva dentro de 48 horas. O CIR é uma das entidades que defende a homologação da reserva em área contínua.
Em entrevista à Rádio Nacional, o presidente da Funai, Márcio Meira, classificou hoje de ‘criminosa’ a ação dos arrozeiros, liderados por Paulo César Quartiero, como a explosão de pontes e bombas caseiras para impedir a retirada dos produtores. A reserva em área contínua foi homologada em 2005.
Na quarta-feira, 16, o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, afirmou em palestra no Clube Militar, no Rio, que as reservas contínuas põem em risco a soberania na Amazônia. “Nós estamos cada vez mais aumentando a extensão das terras indígenas na faixa de fronteira e caminhando numa direção que me preocupa. Pode não ser uma ameaça iminente, mas ela merece ser discutida e aprofundada”, disse Augusto Heleno.
Para o general, as reservas contínuas “poderão representar um risco para a soberania nacional”. As declarações de Heleno irritaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu explicações do general.
Fonte: Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião
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