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Política - Nacional

PFL quer explicações sobre presença de prefeitos em ato pró-Lula


Gerson Camarotti - Agência O Globo BRASÍLIA - O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), vai pedir explicações dos diretórios regionais do partido no Rio e em Minas Gerais sobre a presença de prefeitos do partido em ato de apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, na noite de quarta-feira. Lembrando que a determinação do partido é que todos os 828 prefeitos do PFL façam campanha para o tucano Geraldo Alckmin, ele disse que vai avaliar o que aconteceu: - Primeiro, quero saber a razão da presença de prefeitos do PFL no ato político de Lula. A recomendação do partido é de que todos, sem exceção, apóiem Alckmin - disse. O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), rebateu a acusação do presidente do PFL no Rio e líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia, de que o Palácio do Planalto tenha pressionado a prefeita de São Gonçalo, Maria Aparecida Panisset (PFL), a participar do ato suprapartidário de apoio à reeleição de Lula. Lindberg disse que Panisset foi convidada por ele e pelo prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, para participar de um ato de apoio ao presidente. - Aparecida sabia que era um evento de apoio ao presidente Lula. Eu avisei. Acho que o prefeito Cesar Maia está preocupado pois não sabe como explicar o que aconteceu - disse o petista, referindo-se ao prefeito do Rio, que é pai de Rodrigo Maia. A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Institucionais também informou que não houve pressão do Planalto e que todos os prefeitos participaram espontaneamente do ato. A assessoria informou que pode ter sido feito um contato do subchefe adjunto de Assuntos Federativos, Alexandre Padilha, para informar a mudança de local do encontro, inicialmente marcado para o Palácio da Alvorada, mas depois transferido para um hotel de Brasília. Há um mês, a prefeita protagonizou cenas de infidelidade explícita ao seu partido ao declarar abertamente apoio a Lula, em evento em São Gonçalo. Ela pagou o aluguel de 110 ônibus e liberou os servidores municipais para participar da cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e do Centro de Inteligência de São Gonçalo no Clube Mauá. A cidade é o segundo maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro, com cerca de 800 mil eleitores. Procurada pelo GLOBO, a prefeita não retornou a ligação. O caso de Panisset não foi o único que causou problemas ao PFL. Os dois prefeitos mineiros que participaram do evento esclareceram ao presidente regional do PFL, deputado Eliseu Resende (MG), que foram a Brasília convidados pelo ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para tratar de projetos para seus municípios. - Os dois prefeitos do PFL foram convidados para discutir projetos para suas respectivas cidades com o ministro Walfrido Mares Guia. A idéia inicial não era participar de nenhum encontro com Lula. Só depois é que eles foram convidados para o ato político - disse o deputado Eliseu Resende. Ontem, Rodrigo Maia acusou o Planalto de ter pressionado os prefeitos a participar do ato de apoio à reeleição de Lula. O evento intitulado "Municípios com Lula e pelo Brasil" foi realizado na noite de quarta-feira e contou ainda com a presença de outros dois prefeitos do PFL: Warmilon Braga, de Pirapora (MG), e José Ferreira de Paula, de Itacarambi (MG). A presença dos três prefeitos pefelistas causou constrangimento à cúpula do partido, que apóia oficialmente o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. Segundo Rodrigo Maia, a prefeita de São Gonçalo foi convocada para um evento oficial com Lula e foi surpreendida ao chegar em Brasília. Pelo relato de Panisset ao líder pefelista, ela foi convidada pelo subchefe adjunto de Assuntos Federativos do Palácio do Planalto, Alexandre Padilha. O órgão é vinculado ao ministro Tarso Genro, das Relações Institucionais. - A prefeita foi pressionada para ir ao evento de apoio a Lula. O Planalto usou a máquina pública para chantagear e pressionar prefeitos. A prefeita Aparecida Panisset foi convidada para ir num evento de governo e quando chegou a Brasília descobriu que era um ato de campanha - afirmou Rodrigo Maia. Segundo o líder pefelista, ele chegou a adverti-la para ter cuidado e não ser usada em evento político. - Aparecida me disse que estava sendo convocada para uma reunião com o presidente e explicou que na condição de prefeita não podia recusar - explicou Maia

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