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Política - Nacional

População mais pobre ampliou consumo em 11% no 1º governo Lula


Agência O Globo RIO - As classes D e E (com rendimento médio mensal de até quatro salários mínimos, ou R$ 1.400 mensais) consumiram 11% mais nos quatro anos do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesse período, os gastos dessas famílias com não-duráveis ainda cresceu 35%. É o que revela o estudo "Consumo na Era Lula", divulgado pelo LatinPanel, instituto de pesquisa ligado ao Ibope. Em 2006, ano eleitoral, 2,15 milhões de famílias de baixa renda migraram para a classe C, segundo o levantamento. A pesquisa aponta ainda que, em 2005, 44% das famílias pesquisadas pertenciam às classes D e E. Em 2006, o percentual caiu para 39% dos domicílios pesquisados. Ao mesmo tempo que confirma o avanço do consumo popular nos últimos anos, porém, a pesquisa traz um alerta: o fôlego dessa expansão pode estar no fim. Depois de crescer durante três anos seguidos, o volume médio de consumo dos brasileiros e o acesso a novos produtos parou de crescer este ano. - Em não havendo mais melhoria de renda, não há perspectiva para a expansão do consumo no próximo ano - disse a diretora geral da unidade brasileira da LatinPanel, Ana Cláudia Fioratti, que apontou o elevado endividamento como um dos fatores que freiam o consumo. A pesquisa foi realizada com 8.200 famílias brasileiras entre janeiro de 2003 e agosto de 2006. Foram medidos, semanalmente, quantos itens - entre alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal e de limpeza - elas poderiam comprar dos 70 pré-selecionados pelo instituto. Nos quatro anos do governo Lula, as classes D e E tiveram o maior crescimento no volume de consumo: 11% de expansão, contra 8% na classe C, que tem rendimento médio de quatro a dez salários mínimos. O crescimento na classe AB, com rendimentos acima de dez salários mínimos, foi de 5%. Levando em conta todas as classes, o gasto médio das famílias com as cestas avaliadas aumentou 31%, e o volume médio consumido cresceu 5% nos últimos quatro anos. Consumo mais sofisticado. E mais supérfluos O estudo também mostra que as famílias brasileiras de baixa renda ampliaram ao longo do primeiro mandato de Lula o consumo de produtos supérfluos e de conveniência, ou seja,, houve uma sofisticação da cesta de compras da baixa renda. Passaram a integrar a cesta padrão das classes D e E sucos em pó, massas instantâneas, caldos para tempero, esponjas sintéticas, extrato de tomate, salgadinhos, leite longa vida e maionese. Houve também uma migração na compra de marcas líderes: 48% delas perderam a participação no consumo da classe baixa. Os supermercados também perderam espaço para pequenos vendedores. De acordo com o levantamento, 54% do gasto das classes D e E acontece fora do supermercado, em pequenas lojas de vizinhança. Porém, 60% dos gastos da classe C e 70% da classe AB continuam sendo realizados nos supermercados. De acordo com o estudo, a despesa das famílias de baixa renda com a cesta de compras se concentra nos dez primeiros dias do mês, reflexo do pagamento dos benefícios do governo, como o Bolsa-Família, e inclui diversas visitas aos pontos-de-venda, já que a maioria delas sobrevive do trabalho informal e não tem poder de compra para adquirir muitos produtos de uma só vez. - A importância da classe C na população sai de 33% para 37% - disse Margareth Utimura, coordenadora do estudo e diretora comercial do instituto. O consumo de produtos práticos (prontos para consumo/uso) na cesta de alimentação é outro indicador que mostra o novo perfil de consumo da Classe D e E . Em 2002, dos gastos com alimentos, 24% eram destinados a este tipo de produto. Em 2006, saltou para 28%. O consumo de produtos tidos como não básicos também sofreu expansão. Os gastos, nesse caso, subiram de 29%, em 2001, para 33%, em 2006. Hoje, segundo a LatinPanel, 24% dos domicílios brasileiros pertencem à classe AB, 37% à C, e 39% à DE. No final do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998, essa distribuição era de 24% (AB), 31% (C) e 42% (DE). As famílias que permaneceram na classe DE, entretanto, estão longe de ter todas as necessidades atendidas. Segundo o estudo, se conseguissem melhorar um pouco mais a renda, 29% dessas famílias disseram que reformariam suas casas, e 23% que iriam às compras, com as seguintes prioridades: 64% comprariam um imóvel, 33% eletroeletrônicos, e 29% gastariam mais com alimentos. - Isso significa que apesar de ter melhorado o padrão de alimentação, esse segmento de consumidores ainda tem necessidades básicas e gostaria de comer ainda melhor - disse Utimura. Segundo o levantamento da LatinPanel, a força do consumo popular está fortemente concentrada no Norte/Nordeste, onde cerca de 66% da população é das classes D e E. A segunda maior população de baixa renda está no Centro Oeste (47%). Em seguida, vêm as regiões Leste (Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo), Grande Rio, Sul, Interior de São Paulo e Grande São Paulo.

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