Quarta-feira, 14 de março de 2018 - 13h05
Para dr Hildon, críticas prematuras são movidas muito mais
por falta de conhecimento do que por má-fé
Num país em que a saúde pública agoniza há vários anos na UTI, de norte a sul e de leste a oeste, boas iniciativas despertam a curiosidade e são sempre copiadas por gestores preocupados em oferecer um serviço de qualidade à sua população. Nesse sentido, a meca de peregrinação de gestores, secretários de saúde e autoridades públicas têm sido a cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, onde, desde 2011 a gestão de unidades hospitalares foi repassada à Organizações Sociais.
Representantes de 23 estados já visitaram Goiás para conhecer o modelo devido aos ótimos resultados na evolução do número de atendimento e na qualificação da assistência.
No início desta semana o prefeito dr Hildon Chaves e um grupo de oito vereadores se juntaram a um grupo da saúde pública estadual, no qual estava o secretário estadual Williames Pimentel e o conselheiro do Tribunal de Contas, Wilber Coimbra, em viagem a Goiânia onde foram conhecer a experiência que há sete anos mudou o conceito de saúde pública e se tornou um grande sucesso.
Para o prefeito dr Hildon Chaves, que pretende iniciar um debate com a comunidade portovelhense sobre o
modelo hoje conhecido como referência na gestão de hospitais públicos no país, a gestão hospitalar por meio de OS “é a prova mais cabal de que a saúde pública tem jeito e pode oferecer um serviço de qualidade à população”.
PARADIGMA
Na avaliação do prefeito, toda mudança, principalmente quando se mexe nas estruturas que mantém zonas de conforto, gera reação. No entanto, acredita ele, “é preciso ousar para quebrar paradigmas. As precipitadas críticas que tenho ouvido são movidas muito mais pela falta de conhecimento do que propriamente por má-fé”, observa.
Na viagem à Goiânia, dr Hildon procurou entender como o modelo funciona, desde o contrato de gestão até o monitoramento e avaliação das metas pactuadas. A comitiva conheceu os Hospitais Estaduais Alberto Rassi (HGG), de Urgências de Goiânia Valdomiro da Cruz (Hugo) e de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e o Centro Estadual em Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER). Esses quatro hospitais receberam certificação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), a mais importante entidade de certificação da área.
O secretário estadual de Saúde de Goiás, Leonardo Vilela comentou que após a implantação do modelo de gestão por OS houve aumento no número de atendimento, qualificação dos profissionais, redução de custo e controle rígido dos órgãos fiscalizadores.
Na avaliação do conselheiro do Tribunal de Contas, Wilber Coimbra, a metodologia de trabalho com as OS “é
algo que impressiona positivamente pelo nível de excelência da prestação de serviço”. Ele esteve também no Tribunal de Contas do Estado, para entender a perspectiva do fiscalizador do sistema. “Mesmo com a gestão por OS, o modelo não perde a sua natureza pública, por isso a importância dos órgãos de controle ter uma atuação destacada”, enfatizou.
AVALIAÇÃO
O modelo de gestão pelas OS, adota protocolos eficazes em todos os procedimentos dos hospitais, desde a atuação do faxineiro até o médico. Desde a implantação do modelo em 2011 até 2017, houve um aumento de 142,63% em atendimentos ambulatoriais, 58,37% em cirurgias, 66,16% de internações em enfermarias, incremento de 62,74% no número de leitos abertos na rede própria e tudo isso com um custeio que aumentou 54,87% no período de janeiro de 2011 a janeiro de 2018, perfeitamente compatível, portanto, com a inflação acumulada medida pelo IPC que foi de 54,29% no mesmo período.
Fonte: Comdecom
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