Sexta-feira, 8 de setembro de 2017 - 11h59
Infomoney - No despacho que culminou na prisão de Geddel Vieira Lima, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília, disse que a prisão domiciliar a que o ex-ministro estava submetido não foi suficiente para impedir que ele cometesse novos crimes. O político, que comandou pastas nos governos de Lula, Dilma e Temer, foi preso preventivamente nesta sexta-feira (8), em Salvador, em uma nova fase da operação Cui Bono, um desdobramento da Lava Jato.
A medida ocorre dois dias após buscas da operação Tesouro Perdido encontrarem R$ 51 milhões distribuídos em oito caixas e seis malas em um apartamento ligado a Geddel. No "bunker" usado para armazenagem de recursos, foram encontradas digitais do ex-ministro. Em agosto, ele havia se tornado réu por obstrução à Justiça. Segundo os investigadores, ele teria atuado para evitar que fosse firmado acordo de delação premiada com o corretor de valores Lúcio Funaro.
"Nem mesmo sua reclusão domiciliar foi capaz de prevenir sua atividade criminosa (...) Em outras palavras, os fatos supervenientes à prisão domiciliar de GEDDEL QUADROS indicam que a medida deferida pelo TRF da 1ª Região, sobretudo porque não foi possível a implantação da monitoração eletrônica, é (no momento) completamente ineficaz diante desse novo quadro, pois não garante a eficiência da medida, como se pode notar pela dinheirama encontrada (sem documentação e sem comprovação de origem) perto da residência em que se encontra cumprindo a prisão domiciliar decretada", diz o juiz Vallisney de Souza Oliveira em despacho.
O texto também lança suspeitas sobre o irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima (PSDB-BA), que recentemente atuou presidente da comissão especial da reforma política na Câmara. Segundo a investigação foi o parlamentar quem pediu o apartamento emprestado ao empresário Sílvio Silveira, onde o dinheiro foi encontrado.
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