Procedimento inadequado causa surto de infecção de pele

Agência O Globo RIO - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária emitiu um alerta sobre um surto de infecção de pele causado por procedimento cirúrgico inadequado. Quase 300 casos já foram registrados no estado do Rio. O surto atinge pacientes que passaram por algum tipo de cirurgia e durante a operação foram contaminados pela micobactéria, um microorganismo que vive no ambiente e só causa danos quando entra no corpo humano. Autoridades de saúde investigam se o contágio está sendo causado pela esterilização mal-feita do material cirúrgico. Até agora, 272 casos foram notificados em 33 hospitais públicos e particulares do estado do Rio. Dos pacientes diagnosticados, 60% foram contaminados em cirurgias por laparoscopia, feita com microinstrumentos que entram no corpo humano por um pequeno corte. Também houve casos de contágio em cirurgias plásticas. A infecção provoca lesões na pele, e em pacientes com a imunidade baixa, a bactéria pode atacar órgãos internos e até levar à morte. - Se a pessoa operada perceber que na ferida operatória, na cicatriz da cirurgia está aparecendo alguma secreção transparente, ela deve procurar o médico imediatamente - diz José Carlos Marins, da Secretaria Nacional de Vigilância à Saúde. Para combater a infecção, o tratamento é longo, em torno de seis meses, e caro. São necessários três medicamentos que, juntos, custam, em média, R$ 4.500. O Ministério da Saúde enviou esses remédios a hospitais federais do Rio, que já estão fazendo a distribuição para os pacientes. A conta para o Sistema Único de Saúde deve chegar a R$ 8 milhões. Os hospitais que registraram casos de contaminação estão sendo fiscalizados. - A vigilância sanitária vem investigando a questão dos processos de limpeza e desinfecção. Muitos desses hospitais já mudaram seus processos e eliminaram a possibilidade de transmissão - afirma José Carlos.

Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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