Quinta-feira, 13 de julho de 2017 - 21h44
O presidente Michel Temer deve ampliar o espaço dos partidos do grupo chamado de "centrão" no governo como retribuição ao apoio que recebeu na tentativa de derrubar a denúncia na Câmara. A negociação tem sido em torno principalmente de dois ministérios hoje ocupados pelo PSDB: Cidades e a Secretaria de Governo.
Nesta semana, PP, PR, PSD e PR fecharam questão para votarem pelo não seguimento da denúncia contra Temer. Por outro lado, o PSDB, até agora principal aliado do governo, liberou a bancada e tem ameaçado deixar o governo. O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), ainda não se posicionou.
Durante as negociações com o Palácio do Planalto, integrantes do Centrão manifestaram desejo de ocupar essas pastas. Dois desses partidos, PP e PSD, já comandaram o Ministério das Cidades. A pasta, que tem um orçamento robusto e muita capilaridade nos municípios, é vista como um trunfo diante da proximidade das eleições de 2018.
A Secretaria de Governo também interessa ao grupo porque o ministro tem a caneta na mão para liberar o pagamento das emendas parlamentares.
Uma eventual substituição, porém, é prevista apenas para depois da votação da primeira denúncia, que deve ocorrer somente em agosto. Juntos, os quatro partidos que manifestaram apoio a Temer, mais o PMDB, somam 185 votos, o suficiente para barrar o seguimento da investigação.
Além do Ministério das Cidades e da Secretaria de Governo, o PSDB também ocupa hoje os ministérios das Relações Exteriores e Direitos Humanos. Há ainda outras duas pastas vagas na Esplanada: Cultura e Transparência. (AE)
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