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Política - Nacional

Relatório da Anac sobre caos aéreo no Natal isenta TAM, mas sugere novas investigações


Agência O Globo SÃO PAULO - O relatório final da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre os problemas no setor aéreo ma semana do Natal de 2006 concluiu que o caos naqueles dias foi resultado de uma conjunção de fatores excepcionais. Mas, apesar de confirmar as explicações dadas pela companhia aérea TAM sobre manutenção de aeronaves e problemas de overbooking, alerta que a empresa assumiu riscos além de sua capacidade e pede novas investigações. Segundo o relatório da Anac, a TAM operou próxima de sua capacidade de ocupação durante toda a semana que antecedeu o Natal. Nas 58 principais rotas da companhia, ficou claro para a agência que houve uma saturação nos vôos da companhia. Assim, segundo a Anac, caso fossem registrados atrasos ou cancelamentos, haveria grande dificuldade na reacomodação dos passageiros já com reservas e bilhetes, o que veio a acontecer. "A situação apresentada demonstra uma exposição ao risco assumida pela empresa uma vez que, na eventualidade do cancelamento de algum dos vôos da rota, a concessionária certamente teria problemas na realocação dos passageiros prejudicados", afirma o relatório da Anac. Sobre o overbooking, a agência informou que a TAM não foi capaz de fornecer o número exato de passageiros com bilhetes que não compareceram ao embarque. Assim, ficava impossível determinar qual o real número de passageiros prejudicados pela falta de lugares nos vôos para os quais tinham bilhete. Por outro lado, a Anac identificou que entre os dias 18 e 24 de dezembro, quando a crise ocorreu, foram realizadas 664 reservas acima da capacidade operacional da companhia, em 65 rotas. Essas reservas além da capacidade representaram apenas 0,13% do total das realizadas pela TAM no período. A agência, porém, relativiza o problema: "Casos de overbooking certamente contribuíram para o agravamento da situação de crise. Entretanto, dada a quantidade de ocorrências do tipo (...), pode-se concluir que as mesmas não se revelaram como causa primária dos problemas." Com relação aos cancelamentos de vôos, a Anac identificou que foram 328 ocorrências do tipo entre 18 e 25 de dezembro, 7% do total de vôos da empresa. O problema, nesse caso, é que alguns dos vôos cancelados previamente pela empresa tinham altos níveis de ocupação. Antes mesmo de os problemas surgirem, a empresa já tinha a necessidade de acomodar 1544 passageiros de vôos previamente cancelados. "Sobre esse aspecto, recomenda-se que seja apurado (...) se houve venda ou reservas para esses vôos com cancelamentos previstos, em data posterior ao seu cancelamento", pede o relatório da Anac. A agência afirma também que a decisão da companhia de atuar próxima do limite de sua capacidade, particularmente nas rotas mais importantes, foi importante para a detonação dos problemas daquela semana. "A concessionária planejava realizar suas operações na semana em questão com índices de aproveitamento e reservas de passagens considerados altos", especialmente para suas principais rotas, diz o relatório. "Tal situação expõe a empresa a uma situação eminente de risco, uma vez que esse tipo de operação apresenta margens apertadas de tolerância de atrasos e não suporta falhas na operação da empresa, uma vez que os casos onde fossem verificadas situações que impossibilitassem a chegada dos vôos dentro do horário previsto certamente comprometeriam os demais vôos partindo daquele aeroporto", conclui. A Anac ponderou em seu relatório que, apesar de ter contribuído com o caos, a manutenção não planejada de aeronaves da empresa se manteve dentro de limites razoáveis. No período, problemas com o controle de vôo tiveram um papel mais significativo no atraso e cancelamento de vôos da empresa - na comparação com o mesmo os mesmos dias do ano anterior. Segundo a Anac, o aumento na demanda causada pela diminuição nas operações da Varig, aliada ao aumento na ocupação média dos vôos no período foram fatores importantes que levaram ao caos. "O nível médio do aproveitamento do sistema (...) no segmento doméstico" foi de "70%, acima da referência histórica (62%, numa conjuntura em que a empresa líder deixou de ser a Varig, passando a ser a TAM, e a empresa espelho, Gol, ter um padrão de operação de elevado nível de aproveitamento, o que gera baixa capacidade sistêmica para acomodação dos passageiros de vôos cancelados ou de perda de conexões", afirma o relatório. Em nota própria, divulgada hoje, a TAM busca ressaltar as passagens do relatório que confirmam que o overbooking e a manutenção de suas aeronaves não foram determinantes para os problemas do Natal do ano passado. O comunicado da empresa também lembra a conclusão da Anac de que a nova realidade do setor aéreo foi um dos principais motivos para o caos, que não foi fruto de um fator isolado. (José Sergio Osse | Valor Online)

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