Técnicos dizem que erro humano provocou tragédia da Gol

Carolina Brígido - Agência O Globo BRASÍLIA - Os técnicos da Aeronáutica disseram nesta quinta-feira aos familiares das vítimas do acidente com o Boeing da Gol, ocorrido em 20 de setembro de 2006, foi causada por erro humano - e não por falha em qualquer equipamento das aeronaves. A reunião entre os parentes e os técnicos que conduzem a investigação sobre o acidente durou cerca de três horas. A Aeronáutica se comprometeu a manter encontros mensais com os familiares para repassar a eles as informações parciais sobre as apurações, que ainda não têm data marcada para terminar. - A reunião foi bastante positiva. Disseram que falha ou defeito no equipamento foram eliminados. Agora, eles trabalham com o erro humano. Nas palavras deles, houve operação imprópria, acidental ou incorreta do equipamento. Isso só veio confirmar o que nós temos pontuado, que a responsabilidade foi dos pilotos do jato, que não tinham experiência nem conhecimento sobre o equipamento que estavam pilotando - disse o presidente da associação dos parentes das vítimas do acidente, Jorge André Cavalcante, que perdeu o sobrinho Carlos Cruz na tragédia. Antes de receber as informações da Aeronáutica, um grupo de cerca de 60 parentes de vítimas da colisão fizeram uma passeata na Esplanada dos Ministérios para chamar atenção das autoridades para o caso. A principal reclamação dos parentes é o suposto desdém com que são tratados pelo poder público. Eles ainda não conseguiram, por exemplo, ser recebidos em audiência pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido teria sido feito em janeiro e o grupo reclama não ter recebido sequer um sinal de que o pleito seria atendido. O grupo era formado por pessoas vindas do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Pernambuco, Sergipe, Amazonas, Goiás e Distrito Federal. Ao fim da caminhada, em frente ao Palácio do Planalto, os familiares foram recebidos por uma assessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teria prometido tentar "sensibilizar" o presidente para recebê-los em uma visita. - Queremos um tratamento mais transparente das instituições. Por exemplo, a Polícia Federal, que também investiga o caso, não mantém contato direto conosco - reclamou Jorge André.

Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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