Quarta-feira, 9 de agosto de 2017 - 06h27
247 - Com a arrecadação federal em baixa e precisando pagar a conta do apoio parlamentar que comprou para barrar a denúncia de corrupção da PGR, Michel Temer admitiu que o governo estuda aumentos de impostos para conter o rombo no Orçamento, mas descartou a possibilidade de aumentar o Imposto de Renda (IR) dos contribuintes mais ricos —uma das ideias que sua equipe econômica está avaliando.
Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto no início da noite desta terça (8), Temer se comprometeu a não enviar proposta de aumento do IR ao Congresso. Horas antes, em entrevista após evento em São Paulo, ele admitira que sua equipe estuda o assunto.
O governo tem que apresentar até o fim do mês ao Congresso a proposta de Orçamento-Geral da União para o próximo ano, quando pretende reduzir o deficit federal para R$ 129 bilhões.
Com a lenta recuperação da economia e das receitas do governo, Temer encontra dificuldades para cumprir a meta estabelecida para este ano, que prevê um rombo de R$ 139 bilhões, e aumentou recentemente os tributos sobre os combustíveis para tentar equilibrar suas contas.
O governo poderá usar uma ou várias das ideias em estudo na Receita Federal e no Ministério da Fazenda. A que está mais madura é a que prevê aumento da tributação de profissionais liberais que hoje recebem por meio de empresas e contribuem como pessoas jurídicas.
Também está em análise a tributação de aplicações financeiras hoje isentas de IR. São elas as LCA (Letras de Crédito Agrícola) e LCI (Letras de Crédito Imobiliário). Juntas, essas medidas podem gerar cerca de R$ 30 bilhões.
Em reunião no Palácio do Planalto, domingo (6), Temer discutiu com seus ministros uma estratégia para dar impulso a reformas e medidas para geração de receitas no Congresso, mas ninguém falou do IR. Líderes do Congresso indicaram que não querem arcar com o custo político de uma decisão como essa às vésperas das eleições.
As informações são de reportagem da Folha de S.Paulo.
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