Terça-feira, 27 de junho de 2017 - 16h36
247 - Michel Temer partiu para o ataque contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em pronunciamento feito à imprensa na tarde desta terça-feira 27 para se defender da denúncia por corrupção passiva apresentada contra ele (assista acima).
Temer ironizou ao dizer que não queria fazer "ilações", ou "acusações sem provas" - como afirmou terem feito contra ele -, mas insinuou que Janot teria recebido dinheiro da JBS por meio de um ex-procurador, Marcelo Miller, que segundo Temer "abandonou o Ministério Público" para ir trabalhar "numa empresa que faz delações", onde teria ganhado "milhões em poucos meses".
"Ainda não está claro o que moveu Janot, que homologou uma delação e distribuiu o prêmio da impunidade", declarou, em alusão aos benefícios recebidos pelo dono da JBS, o empresário Joesley Batista, autor da delação que o atinge.
Segundo Temer, a denúncia da PGR apresentada ontem "é uma peça de ficção", uma "denúncia frágil e precária", baseada em uma delação de alguém movido pelo "desespero de se safar da cadeia", em referência a "Joesley e seus capangas", como descreveu o dono da JBS.
A respeito do encontro no Palácio do Jaburu, onde recebeu Joesley num domingo à noite, sem que o empresário se identificasse antes de entrar, Temer disse que recebia na residência oficial da vice-presidência "o maior produtor de proteína animal do País, senão do mundo". Para ele, a gravação feita por Joesley "é uma prova ilícita, inválida para a Justiça".
Temer criticou ainda o fatiamento da denúncia pela PGR: querem "provocar fatos semanais contra o governo". E afirmou que "inexistem" provas concretas de recebimento de valores indevidos por ele. "Vejam vocês que fui denunciado por corrupção passiva, a essa altura da vida, sem ter recebido qualquer valor ilícito", disse. "Este é um ataque injurioso, indigno, infamante à minha dignidade pessoal", acrescentou.
No auge do cinismo, Temer disse que está "recolocando o país nos trilhos", e que por isso tem sido "vítima dessa infâmia", e afirmou ainda que não sabe como 'Deus o colocou na presidência', ignorando o golpe parlamentar que tirou Dilma Rousseff do poder.
"Eu tenho orgulho de ser presidente, é algo tocante. Não sei como Deus me colocou aqui, me dando uma tarefa difícil. Tenho honra do trabalho que estou fazendo pelos avanços que meu governo praticou, não fugirei de batalhas".
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