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Temer ignora megaprotesto e promete endurecer na Previdência


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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Michel Temer decidiu endurecer o discurso contra mudanças na proposta de reforma da Previdência e fechar os espaços para negociar alterações que, em sua avaliação, desvirtuem o texto, apesar dos expressivos protestos desta quarta-feira contra as mudanças, disseram à Reuters fontes palacianas.

"O governo não abriu negociação. A orientação é para afinar o discurso e o discurso é o do governo, de manter a proposta como está", disse uma das fontes.

Nos últimos encontros, já novamente sob a coordenação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha --que ficou afastado três semanas por problemas médicos-- o tom dos líderes mudou e as declarações de que a reforma não passaria da forma como está foram substituídas por demonstrações de unidade.

Essa foi uma das cobranças que o ministro fez à base, de que era preciso afinar o discurso. "Não dá para cada um sair dizendo uma coisa, um reclamando de A, outro reclamando de B", disse a fonte.

Presidente da comissão especial que analisa a reforma na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) admitiu na terça-feira que não havia nenhuma orientação para negociar e que nenhuma das propostas recebidas até agora era factível.

A ordem no Planalto é para dar "força total" à reforma, como prioridade absoluta. Apesar de tocar outros fronts --nesta quarta Temer chamou para o palácio uma reunião sobre reforma política com os presidentes da Câmara, do Senado e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)-- todas as outras ficam em segundo plano, disse uma outra fonte.

Procurar mostrar que está trabalhando é a maneira do Planalto reagir aos vazamentos dos pedidos de inquérito apresentados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que incluem ao menos cinco ministros do governo.

Segundo fontes palacianas, não houve surpresas nos nomes, especialmente nos pedidos de inquérito contra Padilha e contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e a ordem de Temer é de evitar comentários sobre o tema.

"Vai falar o quê agora? Tem que esperar para ver o conteúdo, a gravidade, e o que o Supremo Tribunal vai fazer", disse uma fonte. A ordem é tocar a agenda e a reforma da Previdência, principal bandeira do governo, para mostrar que tudo continua normal.

CAMPANHA

O governo também admitiu que será preciso mudar a comunicação sobre a reforma e vai investir em um tom mais incisivo na defesa das mudanças, respondendo a uma cobrança da base aliada, disseram à Reuters fontes palacianas.

"O tom da campanha vai mudar um pouco. A prioridade vai ser esclarecer que a reforma preserva direitos e não atinge os mais pobres", disse uma das fontes.

Nos próximos dias devem circular peças de televisão e nas redes sociais para tentar combater o discurso da oposição e de movimentos sociais de que a reforma retira direitos dos trabalhadores.

Antes, no entanto, o governo terá de derrubar uma decisão proferida nesta quarta pela Justiça Federal do Rio Grande do Sul que determinou a suspensão imediata das propagandas sobre a reforma, por entender que houve mau uso de recursos públicos e desvio de finalidade.

Incomodados em ter que defender um texto que é claramente impopular, parlamentares vêm cobrando do governo uma postura mais firme e uma melhora na comunicação. A avaliação é que o governo estaria perdendo a guerra para a "esquerda" e os parlamentares precisam de apoio para conseguir defender a reforma para suas bases.

Um primeiro exemplo da reação do governo foi a resposta dada ao vídeo divulgado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em que o ator Wagner Moura critica a reforma. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o Palácio do Planalto acusou o movimento de ter "contratado um ator para inventar uma ficção" sobre a reforma.

O governo também quer convencer a população de que o déficit da Previdência é real, ao contrário do discurso da oposição e de algumas associações de servidores.

"Sempre vai ter a acusação de que o governo está tirando direitos, não é um processo racional e lógico. Mas precisamos mostrar a realidade", disse a fonte.

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